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22 de fevereiro de 2020
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12:46

Primeira noite de Carnaval no Rio e SP tem ‘Bozo’ presidencial e homenagem a Marielle

Por
Luís Gomes
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Primeira noite de Carnaval no Rio e SP tem ‘Bozo’ presidencial e homenagem a Marielle
Primeira noite de Carnaval no Rio e SP tem ‘Bozo’ presidencial e homenagem a Marielle

Da Redação

De um palhaço com a faixa presidencial a trabalhadoras domésticas indo para a Disney, a primeira noite de desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro — grupo de acesso — e São Paulo teve críticas e ironias destinadas ao governo de Jair Bolsonaro.

No Rio de Janeiro, a Acadêmicos de Vigário Geral, primeiro escola a desfilar no grupo de acesso, fechou o seu desfile com um palhaço “Bozo” vestindo faixa presidencial e “fazendo arminha” com as mãos. A escola tinha como o enredo “O conto do vigário” e falou sobre golpes e trapaças na história do Brasil.

Já em São Paulo, a Tom Maior desfilou com um enredo saudando herois negros da história que trouxe, também no último carro, uma enorme imagem de Marielle Franco, segurando uma máscara de Flandres – instrumento de tortura usado contra negros na escravidão – sobre os dizeres “as minorias são maiorias”. A escola também exaltou personalidades como Wilson Simonal, Elza Soares, Carolina Maria de Jesus, Mano Brown, Madame Satã, Machado de Assis, Pixinguinha, entre outros.

Em alguns momentos, durante a frase “lutar, é preciso lutar por igualdade”, a bateria parou e os ritmistas e outros integrantes levantaram o braço com o punho fechado. O gesto simboliza resistência e solidariedade em movimentos como o “black power” surgido EUA. A escola de samba também levou a violência da polícia contra os negros em uma das alas.

A Mancha Verde também alfinetou o governo federal ao trazer foliões fantasiados de trabalhadoras domésticas com passaporte, em alusão às declarações do ministro da Economia Paulo Guedes, que afirmou que as profissionais têm ido muito à Disney. Outra ala, chamada “primavera feminista”, ironizou a “obrigatoriedade” de meninas vestirem rosa e meninos vestirem azul, slogan criado por Damares Alves, ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos do governo de Bolsonaro. A escola teve como enredo “Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem”, crítica a erros cometidos por líderes mundiais em nome de Jesus.


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