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24 de janeiro de 2020
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22:10

Por conta de erros no Enem, MPF pede suspensão e adiamento do Sisu, Fies e Prouni

Por
Luís Gomes
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Por conta de erros no Enem, MPF pede suspensão e adiamento do Sisu, Fies e Prouni
Por conta de erros no Enem, MPF pede suspensão e adiamento do Sisu, Fies e Prouni
Erros têm marcado o primeiro ano de Enem sob a gestão Bolsonaro e Weintraub | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Da Redação

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta sexta-feira (24), à Justiça Federal a suspensão das inscrições e o adiamento dos calendários do 2020 do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). O pedido decorre de problemas verificadas nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019.

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Para o MPF, as inscrições no Sisu, Fies e Prouni, que levam em conta a nota do Enem, só deveriam ser realizadas depois da realização de uma auditoria no resultado do exame. O MPF também pede que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato.

“Além disso, a providência mostra-se indispensável em razão de o Enem ser utilizado como porta de acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras, por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Também se presta ao ingresso no ensino superior em instituições privadas, seja em substituição à prova de vestibular, seja por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), bem como para obtenção de financiamento através do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FiES). Também é utilizado para o acesso a algumas universidades no exterior, sendo uma política pública tão importante que chegou a substituir o vestibular em muitas universidades/faculdades brasileiras”, diz a ação.

A ação judicial também solicita que a nova correção das provas deverá considerar a repercussão das notas retificadas no valor atribuído a cada questão do exame, de acordo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), prevista no edital do Enem. Após a nova publicação do resultado das provas, os candidatos deverão ser comunicados oficialmente da abertura de prazo para solicitação de verificação de eventuais inconsistências. O MPF solicita, ainda, que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de correção/apuração feitos pelos estudantes, com eventual retificação da nota final e sua devida repercussão no conjunto global de candidatos, se for o caso.

De acordo com o MPF, o MEC e o Inep utilizaram parâmetro de amostragem para tentar identificar as inconsistências ocorridas, sem, todavia, considerar os 173 mil candidatos (número divulgado pelos próprios) que encaminharam e-mails apontando inconsistências em suas notas. “Não se podendo olvidar que esse número poderia ser bem maior, já que expressivo número de candidatos encaminharam seus pedidos a despeito da inexistência de comunicação oficial, do curto prazo e de se tratar de situação ocorrida em final de semana”, diz a ação.

Na ação, o MPF solicita que a suspensão seja deferida com urgência, uma vez que as inscrições para o Sisu já estão em andamento e vão até o próximo domingo (26).


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