Da Redação (*)
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (Sindbancários), Everton Gimenis, defendeu quinta-feira (7), no período da Tribuna Popular, na Assembleia Legislativa gaúcha, a retirada da PEC 280 2019, que acaba com a obrigatoriedade de plebiscito para a venda de empresas públicas. Gimenis criticou a proposta, de autoria do deputado Sérgio Turra (PP) e outros 24 deputados, e pediu a suspensão de sua tramitação.
O sindicalista classificou a proposta de “antidemocrática” e alertou que sua eventual aprovação significa “um golpe no povo”. “Os verdadeiros donos do patrimônio do Rio Grande do Sul não são os deputados e nem o governo de plantão, mas o povo gaúcho. Então, é justo que ele decida, como determina o artigo 22 da Constituição Estadual”, defendeu.
Para o presidente do Sindbancários, o governo quer evitar um debate sobre a privatização de empresas públicas, pois sabe que mais de 70% da população do Rio Grande do Sul é contra a venda de ativos. A PEC 280/2019, na sua avaliação, abre caminho para a privatização de empresas estratégicas, como o Banrisul, Corsan e Procergs, como impactos severos na cotidiano da população.
Rebatendo argumentos de setores governistas que consideram as privatizações necessárias para o Estado sair da crise, Gimenis lembrou que argumentos semelhantes foram utilizados na década de 1990, quando a CRT e parte da CEEE foram entregues à iniciativa privada. “Diziam que era a solução para a crise. Não resolveu o problema e ainda aprofundou a crise”, apontou, lembrando que os dois estados mais endividados do País – Rio de Janeiro e Minas Gerais – venderam seus bancos públicos, mas não se equilibraram financeiramente.
A privatização do Banrisul, alertou, significará que o Estado abrirá mão de “um importante instrumento de fomento econômico” e que a entrega da Corsan poderá colocar em risco a atendimento de populações pobres.
(*) Com informações da Agência de Notícias AL/RS.