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16 de outubro de 2019
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19:41

Marô Barbieri é escolhida patrona da 65ª Feira do Livro, que terá curiosidade como tema

Por
Sul 21
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A professora e escritora gaúcha Maria Eunice Garrido Barbieri, mais conhecida como Marô, será a patrona da 65ª edição do evento. Foto: Giulia Cassol/Sul21

Annie Castro 

Pelo quarto ano consecutivo, a Feira do Livro de Porto Alegre terá uma mulher na patronagem. Na manhã desta quarta-feira (16), durante coletiva de apresentação da Feira do Livro, realizada no espaço Fábrica do Futuro, no Quarto Distrito, a Câmara Rio-Grandense do Livro anunciou que a professora e escritora gaúcha Maria Eunice Garrido Barbieri, mais conhecida como Marô, será a patrona da 65ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 1º e 17 de novembro na Praça da Alfândega.

Após o anuncio, que foi feito pela patrona da 64ª edição da Feira, Maria Carpi, Marô contou que começou a escrever porque queria partilhar as palavras com as crianças, com os jovens e com os adultos e que, na época, a literatura infantil ainda estava começando no Brasil. “Eu tenho o prazer e a honra de ter feito parte deste conjunto de pessoas que promoveu a literatura ao seu estado de arte feita com palavras. Hoje eu acredito que o Brasil tem uma das melhores literaturas para jovens do mundo. A gente foi crescendo e tendo a curiosidade de experimentar e eu acho que isso é precioso”, disse.

Nascida em 1944 em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, Marô tem 27 livros publicados e uma longa trajetória na literatura infantil e, desde 2013, escreve também para o público infanto-juvenil e para adultos. A obra mais conhecida de Marô é o livro Tinoca Minhoca, que foi publicado pela primeira vez em 1991 e teve diversas reedições deste então. A escritora também já recebeu os prêmios AGES Livro do Ano, da Associação Gaúcha de Escritores, em 2007 e 2013, e o Troféu Palavra Viva do SINTRAJUFE, do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal.

Marô é a oitava escritora mulher homenageada pela Feire do Livro desde que o evento passou a ter patrono. Ao contrário dos outros anos, a escolha do homenageado desta edição foi feita por meio da Câmara do Livro e do colegiado. Até este ano, os associados da Câmara eram responsáveis por eleger um patrono para a Feira dentre uma lista de escritores finalistas.

“A curiosidade é o que nos move’

Durante a coletiva de apresentação da Feira do Livro, também foi anunciado o tema norteador da 65º do evento. “O tema da Feira do Livro este ano será sobre a curiosidade. A curiosidade é o que nos move, nos move a abrir a página de um livro e descobrir tudo que pode ter dentro dele”, disse o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Isatir Bottin Filho.

Para Bottin Filho, os 65 anos de realização da feira representam uma data histórica. “É a Feira mais antiga do país e da América Latina em caráter interrupto. Isso nos enche de orgulho. A Feira é de todos nós”, afirmou. O presidente também destacou que estão previstas na programação da edição deste ano mais de 500 atividades, a realização de 600 sessões de autógrafo e a presença de mais de dois mil autores.

Conforme a designer gráfica Daiana Christ, uma das responsáveis pela identidade visual da 65ª edição do evento, a campanha da Feira neste ano busca recuperar o sentimento da curiosidade infantil. “É aquela motivação em querer saber como as coisas funcionam e porque elas acontecem. E claro, destacando o livro como uma ferramenta de esperança no combate ao retrocesso”.

65ª Feira do Livro de Porto Alegre terá como tema a curiosidade. Foto: Giulia Cassol/Sul21

A designer pontuou que embora se fale tanto sobre inovação e diversos avanços tecnológicos, existe ao mesmo tempo uma onda de retrocessos e de contestação da ciência sem comprovação. “Como, por exemplo, o movimento antivacina, os terraplanistas. Uma questão que foi levantada pela Comissão Executiva da Feira foi ‘para que lado estamos indo nessa polarização entre futuro e passado, crescimento e retrocesso?'”, relatou. Segundo ela, um evento do porte da Feira do Livro de Porto Alegre “tem como obrigação promover uma reflexão na comunidade em que está inserido”. “É papel da Feira estimular o conhecimento através dos livros, através da leitura, e promover uma reflexão sobre a importância do hábito da leitura na formação do pensamento crítico, para estimular a criatividade, estimular o diálogo”.

De acordo com Daiana, uma das referências para a edição deste ano foi o aniversário de 500 anos da morte de Leonardo da Vinci. “Ele teve uma contribuição muito importante não só no mundo das artes, como pintura e escultura, mas também na arquitetura e na engenharia. Era autodidata e era considerado por alguns historiadores o homem mais curioso da história”, afirmou. Nesse contexto, referências às escritas e aos desenhos de da Vinci aparecem na campanha visual da Feira.

Confira a programação completa da 65ª Feira do Livro de Porto Alegre! 


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