Geral
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10 de outubro de 2019
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21:38

Entidades preparam representação contra desmonte e aparelhamento do IPHAN no governo Bolsonaro

Por
Luís Gomes
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Lideranças na Praça da Alfândega durante criação do Fórum | Foto: Carolina Jardine

Da Redação

Dezoito entidades que compõem o Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural preparam para os próximos dias uma representação que será entregue à Procuradoria-Geral da República e aos Ministérios Públicos para denunciar o desmonte Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) pelo atual governo federal. O documento está em elaboração no 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, evento que ocorre em Porto Alegre.

O documento vai relatar pontualmente os ataques que o corpo técnico do IPHAN vem sofrendo nos últimos meses com a substituição de cargos essencialmente técnicos, qualificados e totalmente voltados à preservação do patrimônio, por indicações de cunho político e sem qualquer qualificação e atuação na área. Também chamará a atenção para substituições arbitrárias de superintendentes do IPHAN — especialmente nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal — e para o corte de 72% no orçamento para manutenção do patrimônio histórico nacional.

“No momento em que o governo eleito diz que as nomeações têm cunho técnico, mas o resultado é isso que vemos no país, é fundamental que as entidades de diferentes frentes se juntem para evitar esse desmanche. Não podemos recuar e nem permitir que o que está sendo feito continue”, disse o presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Cicero Alvarez.

Nivaldo Andrade (dir.) e Cicero Alvarez (esq.) durante evento do 21º Congresso Brasileiro de Arquitetos, em Porto Alegre | Foto: Carolina Jardine

O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Nivaldo de Andrade, destacou a importância do lançamento do Fórum para a defesa do patrimônio, reforçando que os encaminhamentos precisam ser rápidos para evitar maiores impactos à memória brasileira. “Patrimônio é o vetor do desenvolvimento econômico e social do país”, disse.

O Fórum articulou junto à deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, a realização de uma audiência púbica para tratar do tema.

O Fórum é composto pelas entidades abaixo:
Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP)
Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA)
Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC)
Associação Brasileira de Museologia (ABM)
Associação Nacional de História (ANPUH)
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (Anparq)
Associação Nacional de Pesquisa em Tecnologia e Ciência do Patrimônio (ANTECIPA)
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS)
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE)
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR)Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA)
Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos Brasil)
Conselho Internacional de Museus – Brasil (ICOM-BR)
Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FENEA)
Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA)
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)
Seção Brasileira do Comitê Internacional para a Documentação e Conservação de Edifícios, Sítios e Conjuntos do Movimento Moderno (Docomomo Brasil)


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