Da Redação (*)
No dia 30 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto nomeando Marcelo Recktenvald para a reitoria da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), pelos próximos 4 anos. Marcelo Recktenvald e seu vice, Gismael Perin, participaram do processo eleitoral de consulta à comunidade acadêmica para o cargo de reitoria da UFFS, ficando em 3º lugar na contagem dos votos e fora, portanto, do segundo turno de votação.
A decisão do Ministério da Educação (MEC) e de Bolsonaro em indicar para a reitoria da UFFS uma pessoa que não foi escolhida pelo voto da maioria, provocou o protesto da maioria da comunidade universitária que caracterizou a medida como intervenção, ferindo a democracia e o princípio da autonomia universitária, garantida pelo Artigo 207 da Constituição Federal de 1988. O vencedor no processo eleitoral e o mais votado dentre os três nomes enviados ao MEC para escolha do novo reitor, foi o professor Anderson Ribeiro.
Desde o anúncio da nomeação do interventor Marcelo Recktenvald, a comunidade acadêmica da UFFS iniciou um processo de mobilização para denunciar essa decisão. Em Erechim, foi criado o Movimento em Defesa da Democracia, Educação Pública e Direitos Sociais, que une estudantes, técnicos, professores e comunidade regional.
Nos campi de Chapecó e Erechim, diversos cursos estão com as aulas paralisadas. Em assembleia dos professores realizada no último dia 6 de setembro, com participação dos 6 campi da UFFS, foi deliberado estado de greve.
Em Chapecó, os estudantes ocuparam o prédio da Reitoria, dia 30 de agosto, em forma de protesto. O interventor Marcelo entrou com pedido de reintegração de posse do prédio da reitoria, Nesta terça (10), será realizada uma audiência entre os ocupantes e o reitor nomeado por Bolsonaro.
(*) Com informações do MAB-RS.