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30 de setembro de 2019
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18:03

Comunidade acadêmica da UFFS aprova destituição de reitor nomeado pelo governo Bolsonaro

Por
Luís Gomes
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Comunidade acadêmica da UFFS aprova destituição de reitor nomeado pelo governo Bolsonaro
Comunidade acadêmica da UFFS aprova destituição de reitor nomeado pelo governo Bolsonaro
Votação em Chapecó teve 768 votantes. Foto: Assessoria Sinduffs/Sindtae

Da Redação

Em assembleias realizadas ao longo da última semana em seis campi, a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS) aprovou por 94,22% o pedido de destituição de Marcelo Recktenvald, nomeado reitor em 30 de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), mesmo ele tendo sido apenas o terceiro colocado na eleição interna. Por esse motivo, a comunidade acadêmica considera Recktenvald como um interventor. O Conselho Universitário da UFFS, órgão máximo deliberativo da instituição, deverá votar nos próximos dias o pedido de destituição e, se aprovado, encaminhá-lo para o Ministério da Educação.

No total, votaram na consulta sobre a destituição 1.733 estudantes, técnicos e professores dos campi de Chapecó (SC), Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Cerro Largo (RS), Erechim (RS) e Passo Fundo (RS). Destes, 1.633 votaram favoráveis à destituição de Marcelo Recktenvald. Os votos contrários somaram 70, sendo 4,39% do total. Ainda, houve 19 abstenções (1,09%), 7 votos nulos (0,40%) e 4 brancos (0,23%). Em Chapecó, maior campus da UFFS, foram 768 votantes, sendo 753 votos favoráveis, o que representa 98,04% dos participantes. Foram 9 votos contrários, 4 abstenções e 2 nulos. As assembleias foram realizadas nos dias 25 e 26 de setembro.

Como resposta à nomeação de Recktenvald, cerca de 200 estudantes ocuparam o prédio da reitoria, localizado em Chapecó, ainda no dia 30. Ele entrou com pedido de reintegração de posse do prédio, o qual foi negado pela juíza responsável pelo caso. Dias depois, o Conselho Universitário intermediou a negociação entre os ocupantes e a reitoria, para promover a desocupação do prédio de forma amigável, o que ocorreu no dia 18 de setembro. Como contrapartida, o Conselho se comprometeu a deliberar sobre o pedido de destituição de Recktenvald e a convocar assembleias em todos os campi para a comunidade acadêmica se manifestar sobre a questão.

Recktenvald obteve 21% dos votos na eleição interna para a reitoria da UFFS. O primeiro colocado foi o professor Anderson Alves Ribeiro, que disputou o segundo turno da consulta com o professor Antônio Andrioli. A comunidade acadêmica considerou a decisão de Bolsonaro de nomear o terceiro colocado como uma violação do artigo 207 da Constituição, que trata da autonomia universitária.


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