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14 de agosto de 2019
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16:30

MAB pede cumprimento de lei que assegura direitos de populações atingidas por barragens

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Sul 21
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MAB pede cumprimento de lei que assegura direitos de populações atingidas por barragens
MAB pede cumprimento de lei que assegura direitos de populações atingidas por barragens
Reunião debateu pautas de interesse das populações atingidas e ameaçadas por barragens. (Foto: Divulgação)

Da Redação*

A Coordenação Estadual do Movimento de Atingidos por Barragens do Rio Grande do Sul (MAB-RS) reuniu-se, dia 12 de agosto, com o Secretário Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior e com o diretor do Departamento de Energia, Eberson Thimmig Silveira, para tratar de um conjunto de pautas de interesse das populações atingidas e ameaçadas por barragens. Segundo o MAB, após a construção das barragens, as regiões afetadas, como o Alto Uruguai Gaúcho, convivem com inúmeros passivos sociais, econômicos, culturais e ambientais, na contramão do discurso de desenvolvimento prometido.

A principal violação, afirma o Movimento, diz respeito à negação do direito à informação, como ocorre na fronteira noroeste do Rio Grande do Sul, entre Brasil e Argentina, onde a população está apreensiva pela retomada das tratativas entre os dois países para a construção do Complexo Hidrelétrico Binacional Garabi-Panambi.

O Rio Grande do Sul possui, desde 2014, o Decreto nº 51.959, que institui a Política de Desenvolvimento das Regiões Afetadas por Empreendimentos Hidrelétricos (PDRAEH) e a Política Estadual dos Atingidos por Empreendimentos Hidrelétricos (PEAEH). O RS é o único estado brasileiro que possui políticas de garantia dos direitos das populações atingidas e ameaçadas por barragens, fruto da luta de várias décadas do MAB.

O objetivo da reunião com o secretário Artur Lemos foi a reivindicação da efetivação dessas políticas estaduais que asseguram os direitos das populações atingidas. Além disso, também pediram a garantia do direito de acesso à informação aos ameaçados por Garabi-Panambi, e a constituição de um comitê para a formulação do Plano de Segurança da População residente no entorno e a jusante da barragem da Lomba do Sabão, em Porto Alegre, que encontra-se abandonada há cerca de 10 anos e que, caso se romper, atingirá 14 bairros da capital gaúcha.

O MAB se comprometeu em enviar estudos e documentos que atestem a existência dos passivos sócio-econômicos e ambientais causados pelas barragens, para estudo pela SEMA, além do detalhamento das ações propostas para mitigação dos passivos na região Alto Uruguai e para o plano de segurança da barragem da Lomba do Sabão. O secretário Artur Lemos se comprometeu em analisar o decreto de 2014, no sentido de sua efetivação, assim como a disponibilização de informações a respeito de Garabi-Panambi.

A equipe da secretaria também se comprometeu em analisar o processo de licenciamento da UHE Itá, em diálogo com o IBAMA, seguido do retorno das informações levantadas para a coordenação estadual do MAB, além da realização de análises da qualidade da água do reservatório da barragem de Itá. A secretaria se comprometeu a montar uma estratégia para atender os pontos de pauta apresentados e a apresentar um calendário de trabalho.

*Com informações do MAB-RS


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