Geral
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24 de agosto de 2019
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18:05

CREA-RS rebate críticas a engenheiros florestais em discussão sobre ‘autolicenciamento ambiental’

Por
Luís Gomes
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CREA-RS rebate críticas a engenheiros florestais em discussão sobre ‘autolicenciamento ambiental’
CREA-RS rebate críticas a engenheiros florestais em discussão sobre ‘autolicenciamento ambiental’
Críticas foram feitas após presidente da Fepam, que é engenheira florestal, defender a reclassificação de risco da silvicultura | Foto: Divulgação

Da Redação

Em trecho de entrevista publicada em reportagem do Sul21 sobre a proposta do governo do Rio Grande do Sul de permitir o chamado autolicenciamento ambiental, o biólogo Francisco Milanez, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), criticou uma fala da presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Marjorie Kauffmann, em que ela disse não acreditar que a silvicultura apresenta médio e alto risco de poluição e que pretendia fazer a reclassificação da atividade.

“Ela é engenheira florestal. Engenheiros florestais não entendem nada de meio ambiente, eles entendem de produção de árvores. A silvicultura no mundo inteiro causa danos, os eucaliptos, onde são plantados, secam todos os riachos e arroios, em todos os continentes”, disse Milanez.

Em resposta encaminhada ao Sul21, a engenheira florestal Roberta Klafke Petermann, supervisora da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (CEEF) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS), diz que Milanez demonstrou um “imenso desconhecimento da profissão de Engenharia Florestal” com a afirmação.

“Apenas a título de esclarecimento, o curso de Engenharia Florestal possui formação de 5 anos com abrangência de conhecimentos dentro da área de meio ambiente, o que significa no mínimo 1 ano a mais que o curso de Biologia”, diz Petermann. “Pegando gancho na própria fala do biólogo entrevistado, ‘Engenheiros florestais não entendem nada de meio ambiente, eles entendem de produção de árvores’, sim, nós entendemos de plantar árvores, árvores nativas, árvores exóticas, entendemos de manejar árvores e todo o ecossistema florestal, incluindo água, fauna silvestre, água, clima e sua inserção na sociedade e portanto, entendemos e muito de meio ambiente!”.

A engenheira ainda destaca que, diante das graves queimadas ocorridas na Amazônia, engenheiros florestais têm sido amplamente procurados para debater questões ambientais. “Porém, contrário a essa valorização de nossa voz a nível nacional, me entristece que a nível estadual tenhamos sido tão ofendidos e desacreditados quanto ao nosso amplo conhecimento na área ambiental”, diz.


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