Annie Castro
Um ato em frente à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), na tarde desta quinta-feira (4), exigiu a realização de uma audiência pública em Porto Alegre sobre o projeto Mina Guaíba, da Copelmi Mineração. A manifestação, organizada pelo Comitê de Combate à Megamineração no RS, que representa entidades ambientais, sindicais, associativas e movimentos sociais, chamou atenção para os riscos que representa a instalação de uma mina de carvão em uma área de 5 mil hectares nos municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas. Atualmente, o projeto está em processo de licenciamento junto à Fepam.
De acordo com Heverton Lacerda, um dos coordenadores do Comitê, é importante que a população de Porto Alegre também participe do debate sobre a instalação da Mina Guaíba. “É uma das cidades que pode ser impactada caso aconteça algum problema com a mina Guaíba. Temos em mente algumas catástrofes que já aconteceram no Brasil, como Mariana e Brumadinho, então, a população tem direito de debater e tomar conhecimento de algo que pode ser tão ou mais perigoso que essas catástrofes”, afirma.
Carla Menegaz, de Minas Gerais e que também integra o Comitê, destacou os riscos presentes nos projetos de mineração, apesar do discurso de riqueza das grandes empresas do setor. “O rio Doce está morto por causa de uma mineradora. Não é riqueza, é morte do solo, da água, das plantas, do ser humano, e querem trazer essa morte pro Rio Grande do Sul. Não queremos morte disfarçada de progresso”.
O ato marcou a entrega de um ofício à Fepam solicitando a realização de uma audiência pública oficial. Segundo a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), os moradores da Capital e de outras cidades que dependem do Rio Jacuí serão impactados “pela contaminação da água e do ar, pelas cheias, pelo aumento pluvial”. “É inadmissível que o debate oficial de escuta da população não aconteça também na Capital”, afirma.