Da Redação
Acatando pedido de liminar feito pelo Movimento Gaúcho de Defesa Animal, o juiz Eugênio Couto Terra, da 10ª Vara da Fazenda Pública determinou que a Prefeitura de Porto Alegre deve se abster de remover ou transferir as três casinhas comunitárias para cachorros que foram instaladas na rua Ângelo Crivelaro, localizada no bairro Jardim do Salso. Terra destacou, em sua decisão, que a suspensão tem o objetivo de permitir a “adequada apreciação” do pedido de tutela de urgência feito pela entidades, o que deve ocorrer em audiência marcada para o dia 23 de julho.
A remoção das casinhas de cachorro do Jardim do Salso é uma polêmica que o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) comprou com os movimentos de defesa dos animais. O prefeito tem recebido críticas e até xingamentos endereçados a sua pessoa e a seus familiares desde que a Prefeitura determinou, na última segunda, a retirada das casinhas em um prazo de sete dias.
A Prefeitura utiliza como argumento para defender a remoção o fato de que a lei municipal impede a instalação de quaisquer equipamentos privados em área pública, pois fere o direito de livre circulação de pedestres. As casinhas foram instaladas em frente a um condomínio residencial e quase junto ao meio fio da calçada, mas não estão bloqueando a passagem de pedestres. Além disso, diz que preza pelo interesse dos animais ao determinar a retirada das casinhas, pois eles seriam levados para a Unidade de Saúde Animal Victória (Usav), onde seriam acolhidos e esperariam para serem adotados.
“Qualquer pessoa com genuína compaixão pode adotar os cães do Jardim do Salso. A síndica, o condomínio ou qualquer cidadão podem tornar esses bichinhos novos integrantes da sua família. Defender a permanência dos cachorros na rua é ignorar os riscos de segurança e saúde que eles correm”, disse a Prefeitura em nota.
Os defensores da manutenção das casinhas alegam que elas são um espaço em que os cães que vivem na região podem dormir e se refugiar em dias de chuva e frio. Uma das mais conhecidas ativistas da área no País, Luisa Mell entrou na campanha contra na terça (9), criticando o “coração gelado do prefeito e dos vereadores da cidade”.
A decisão foi comemorada pela secretária estadual de Trabalho e Assistência Social, Regina Becker Fortunati, que participou da campanha pela permanência das casinhas.
