O estudante brasileiro Leonardo Cláudio da Rosa, que cursava Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi encontrado morto em Chongqing, no sudoeste da China. Leonardo realizava intercâmbio em uma universidade de Pequim desde o segundo semestre do ano passado para estudar mandarim. A morte foi confirmada pela Universidade e pelo Itamaraty na segunda-feira (15).
Leonardo deveria retornar do intercâmbio na China no meio deste ano. A causa da morte do estudante ainda não foi confirmada. O Instituto de Letras UFRGS afirmou, em uma publicação no Facebook, que a Secretaria de Relações Internacionais (Relinter) e órgãos superiores da UFRGS “estão acompanhando a situação junto com a família de Leonardo, o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada brasileira na China, a fim de providenciar o translado do corpo e determinar as circunstâncias da morte”. “Faremos o que estiver a nosso alcance para que as autoridades brasileiras busquem junto ao governo chinês o esclarecimento cabal dessa incompreensível tragédia”, diz a nota.
O Sul21 entrou em contato com o Itamaraty, que afirmou que as autoridades chinesas teriam descoberto a morte de Leonardo às 8h do dia 13 de julho e informado o caso à Embaixada do Brasil em Pequim. “Desde que acionada, a Embaixada está em contato constante com as autoridades policiais locais para obter informações adicionais quanto às circunstâncias do ocorrido. O Itamaraty também está em contato com os familiares do Sr. da Rosa, com vistas a orientá-los quanto aos trâmites burocráticos para o traslado do corpo. Em atenção à Lei de Acesso à Informação e ao Decreto 7.724, informações adicionais somente poderão ser divulgadas com autorização dos familiares”, disse o Departamento de Comunicação Social do Ministério das Relações Exteriores.
Em um post de 17 de abril de 2017, a página UFRGS Portas Abertas publicou um texto sobre o estudante e sua relação com o estudo da língua e da linguagem a partir de um ponto de vista científico. “[Leonardo] Sempre achou interessantes estudos dos processos cognitivos, a fonologia, língua estrangeira, língua em sociedade, entre outros. No vestibular, ele se viu em dúvida entre Fonoaudiologia e Letras, ambos cursos que lhe proporcionariam um grande espaço de aprendizado. Por fim, acabou optando por Letras por preferir o enfoque acadêmico ao clínico”, diz o texto, que também afirma que o estudante enxergava o curso de Letras como “incrível para quem curte humanidades em geral”. Leonardo tinha iniciado o curso de Letras em 2015, segundo informações de seu perfil no Facebook.
Ainda segundo informações pessoais do Facebook do estudante, em 2017 ele trabalhou no Transenem, cursinho gratuito voltado para pessoas transsexuais em Porto Alegre. O projeto oferece preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares.
*A matéria foi atualizada às 16h39min para incluir a resposta do Itamaraty
