Da Redação
A Rede Ulbra de Educação ingressou nesta segunda-feira (6) com um pedido de recuperação judicial, que faz parte do processo de reestruturação iniciado em outubro de 2018. O objetivo do pedido é criar um espaço para enfrentar as dificuldades financeiras decorrentes de seu endividamento. Hoje, a Ulbra sofre bloqueios de recursos pela Justiça e enfrenta atrasos no repasse de recursos do Financiamento Estudantil (Fies) por parte do governo federal. Com isso, sustenta, mesmo com receitas operacionais suficientes, não consegue manter em dia o pagamento de salários e de fornecedores. Nos últimos anos, a Ulbra também foi objeto de leilões judiciais, nos quais, até agora, alguns de seus ativos foram vendidos em condições consideradas desfavoráveis pela instituição.
A recuperação judicial oferece condições e tempo para a mantenedora da Instituição, a Aelbra, reorganizar suas finanças. A dívida a ser renegociada será de R$ 2,4 bilhões, mas a dívida total da instituição é de R$ 8,2 bilhões (R$ 5,8 bilhões em dívidas tributárias, R$ 2,1 bilhões em dívidas financeiras e com fornecedores e R$ 315 milhões em dívidas trabalhistas). Diante desse quadro, a direção da Ulbra considera que a recuperação judicial se apresenta “como a estratégia mais eficaz para quitar as obrigações com os credores, em especial os trabalhistas, atrair investimentos e voltar a crescer”.
“É uma decisão difícil, mas foi tomada ainda no momento certo. A reorganização das finanças da Ulbra é urgente e necessária, para que possamos cumprir o principal compromisso da Rede Ulbra, o de seguir garantindo a qualidade de ensino aos nossos mais de 40 mil alunos no Brasil”, disse o presidente da Aelbra, Paulo Augusto Seifert. A partir do momento em que for autorizado pela Justiça o início do processo de recuperação judicial, a Aelbra apresentará em 60 dias seu plano de pagamento dos credores, como estipulado na legislação.
Segundo a Ulbra, a medida não interferirá na rotina acadêmica, nem nas atividades das escolas de Educação Básica. Todas as disciplinas previstas continuarão ofertadas, os trabalhos acadêmicos e escolares seguirão normalmente, assim como o calendário de aulas e demais atividades.
