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14 de maio de 2019
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18:22

Estudantes da UFRGS criam página para divulgar produção científica: ‘O que se faz na federal’

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Sul 21
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Estudantes da UFRGS criam página para divulgar produção científica: ‘O que se faz na federal’
Estudantes da UFRGS criam página para divulgar produção científica: ‘O que se faz na federal’
‘Também fazemos aula prática!’, estudantes explicam o que acontece na UFRGS. Foto: Divulgação

Luís Eduardo Gomes

A página “O que se faz na federal” foi criada no último dia 9 de maio por estudantes ligadas ao Diretório Acadêmico da Faculdade de Farmácia (Daff) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para divulgar a produção científica da universidade. Desde então, já foram publicadas dezenas de postagens, em sua maioria vídeos, em que pesquisadores fazem breve relatos sobre o trabalho que desenvolvem na universidade. Na manhã desta terça-feira (14), a página já contava com mais de 9 mil seguidores e passava a divulgar também conteúdos de pesquisas desenvolvidas em outras instituições federais de ensino.

As estudantes Julia Werner, Natália Azeredo Paim e Natally Toson, que integram a direção do Daff, explicam que a ideia surgiu em uma reunião convocada pelo diretório e da qual fizeram parte alunos de graduação, pós-graduação, professores e técnicos-administrativos da Faculdade de Farmácia. A página foi uma de várias ideais que surgiram para ajudar a fortalecer a mobilização na faculdade contra o anúncio do corte de verbas feito pelo governo federal. As estudantes destacam que, desse processo de construção conjunta, surgiu uma primeira hashtag #oqueeufaçonaUfrgs, que depois evoluiu para #oquesefaznaUfrgs e, por fim, para o atual #oquesefaznafederal.

Julia conta que, já na sexta-feira, estudantes da Farmácia começaram a visitar laboratórios e pedir para que pesquisadores e professores contassem um pouco sobre o trabalho que desenvolviam na faculdade e da importância que dele para a sociedade. “Vídeos curtos, para viralizar”, diz. “É uma linguagem simples para que as pessoas possam entender o que se faz na faculdade”.

Em um vídeo de 17 segundos publicado na segunda-feira (13), Vanessa, doutoranda do Programa de Pós-Graduação Ciências Farmacêuticas, conta que está trabalhando no desenvolvimento de produtos naturais, a base da erva macela (ou marcela), para o tratamento de diabetes.

Em outro, Maíra, doutoranda do mesmo programa, conta em 34 segundos que está desenvolvendo métodos de controle de qualidade para garantir que os medicamentos que chegam à população sigam parâmetros mínimos. “Essa é a minha balbúrdia”, brinca a pesquisadora no final do vídeo.

A partir das primeiras postagens, que alcançaram dezenas de interações, a página começou a receber mensagens de estudantes de outras universidades e institutos federais. “Foi se espalhando. Outras pessoas gravaram vídeos de outras faculdades e enviaram. Recebemos um vídeo da Unipampa, da federal do Rio de Janeiro, de Santa Catarina de Outro Preto, e a agora já estamos tendo uma abrangência no Brasil todo. Está crescendo bem o movimento”, diz Julia. “A ideia não é só ficar contida na Faculdade de Farmácia ou só na UFRGS. A ideia é mostrar o que se faz nas universidades e nos institutos federais para que a população entenda o que se faz na graduação, na pós-graduação e na extensão para que ela possa defender o ensino, porque os estudantes sozinhos não vão conseguir”, complementa Natália.

A avaliação de Natália é de que a mobilização que se criou após o anúncio dos cortes é também uma oportunidade de reflexão para a comunidade acadêmica sobre a necessidade de divulgação da produção para além das paredes de universidades e institutos federais. “É uma coisa que muitas pessoas que nos procuram falam, que esse tipo de projeto já devia ser feito há muito tempo, independente dos cortes. Tem muitos projetos dentro da nossa faculdade e da universidade que a gente não conhecia e está conhecendo agora. Então, cabe essa autocrítica sim de que a comunidade acadêmica demorou de fato”, diz.


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