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2 de maio de 2019
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14:39

Escolas estaduais suspendem aulas para marcar mais um mês de salários atrasados no RS

Por
Luís Gomes
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Educadores participam de manifestação em frente ao Julinho, em Porto Alegre, na manhã desta quinta (2) | Foto: Divulgação

Da Redação

O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) informa que centenas de escolas estaduais aderiram, na manhã desta quinta-feira (2), parcial ou integralmente à paralisação convocada pelo sindicato para hoje. Confira a lista de escolas com paralisação confirmada.

A decisão de paralisar as atividades foi tomada na assembleia geral da categoria realizada no último dia 12 de abril. Na ocasião, os associados decidiram suspender as aulas no primeiro dia útil de cada mês que o governo estadual atrasar ou parcelar salários até que a situação seja normalizada. Maio é o 41º mês, contando a gestão de José Ivo Sartori (MDB), de parcelamento ou atraso.

Cartaz colocado na escola Álvaro Moreyra, em Canoas, nesta manhã | Foto: Divulgação

Em Porto Alegre, representantes do CPERS montaram tendas em frente ao Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, para marcar a data. A mobilização chamada de Sem Salário eu Não Trabalho iniciou por volta das 10h e teve o objetivo de discutir a situação dos professores e funcionários de escola com a comunidade escolar. O Julinho foi um dos colégios que aderiu à paralisação em Porto Alegre.

Por nota, a Secretaria de Educação (Seduc) disse nesta manhã que estava apurando informações sobre a adesão à paralisação. “Ressaltamos que nossos esforços estão voltados ao diálogo com os professores na busca da construção de uma educação de qualidade que priorize o aluno”, diz a nota.

Na última segunda-feira (29), a direção do CPERS se reuniu com o governador Eduardo Leite para marcar a abertura da mesa de negociação a respeito da reposição das perdas inflacionários sofridas pelos educadores gaúchos. O sindicato reivindica uma reposição de 28,78%, referente à inflação acumulada desde o último reajuste salarial recebido pela categoria, em novembro de 2014, ainda no governo Tarso Genro (PT).

No encontro de segunda, a presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer, entregou ao governador o seu contracheque do mês de março, que aponta que recebeu um salário líquido, descontado um empréstimo no Banrisul, de R$ 1.276,63. “Tenho 30 anos de magistério, governador. Lhe pergunto: 28,78% é muito em cima disso?”, questionou. “Não queremos trabalhar com outra coisa. Queremos trabalhar com tranquilidade, pois amamos o que fazemos. Se fosse por dinheiro, fazer faxina seria melhor”.

O governador disse no encontro que a prioridade é colocar os salários em dia e que é impossível conceder um reajuste de 28,78%, mas também afirmou que estava aberto à possibilidade de negociar a questão.

Paralisação marca primeiro dia útil de cada mês de salário atrasado | Foto: Divulgação

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