Geral
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18 de abril de 2019
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13:12

Morre catador baleado em ação de militares com 80 tiros contra carro de família no RJ

Por
Luís Gomes
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Morre catador baleado em ação de militares com 80 tiros contra carro de família no RJ
Morre catador baleado em ação de militares com 80 tiros contra carro de família no RJ
Luciano Macedo foi baleado quando tentava ajudar o músico Evaldo Rosa, que morreu no local dos disparos  | Foto: Redes Sociais/Reprodução

Da Agência Brasil

O catador de material reciclável Luciano Macedo, baleado durante ação em que militares dispararam 80 tiros contra o carro de uma família em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro, morreu na madrugada desta quinta-feira (18) depois de 11 dias internado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ele faleceu às 4h20, no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Ele deixa a esposa, Daiana Horrara, grávida de cinco meses.

Uma decisão judicial de 16 de abril determinou a transferência de Luciano Macedo para um hospital que tivesse mais estrutura para atender o caso. Apesar disso, ele não foi transferido e, no dia seguinte, foi submetido a uma cirurgia. Uma nova decisão, de quarta-feira (17), havia reforçado a necessidade de transferência. Segundo a secretaria estadual de Saúde do RJ, ele não foi transferido porque seu estado era gravíssimo.

Luciano foi baleado no dia 7 de abril, quando tentava ajudar o músico Evaldo dos Santos Rosa, 51 anos, que estava dentro de seu carro e havia sido atingido pelos disparos de militares do Exército. O músico morreu no local. Os militares também atingiram o sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, que foi ferido nas costas, mas já recebeu alta hospitalar.

Em uma nota divulgada à imprensa, no dia da ocorrência, o Comando Militar do Leste disse que um pedestre tinha sido atingido em um tiroteio, mas não assumiu a autoria dos tiros que atingiram o catador, apesar de ter assumido a responsabilidade pelos disparos que mataram Evaldo e feriram Sérgio.

Nove militares foram presos preventivamente por decisão da Justiça Militar depois que o Exército abriu investigação sobre o tiroteio, devido a inconsistências na versão dos militares envolvidos.


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