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10 de março de 2019
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20:59

Passeata e ato contra mineração marcaram 8 de Março em São José do Norte

Por
Sul 21
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Passeata de moradores percorreu ruas centrais de São José do Norte. (Foto: Reprodução/Facebook/MAM)

Da Redação (*)

O Dia Internacional da Mulher, em São José do Norte (RS), foi marcado por um ato em solidariedade aos atingidos dos crimes ambientais em Mariana (MG), Brumadinho (MG) e Barcarena (PA) e para se posicionar contra o projeto de mineração que pretende se instalar no município, em uma área localizada entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. O projeto Retiro, nome da primeira comunidade de São José do Norte que seria atingida pela mineração, pretende explorar cerca de 600 mil toneladas de minerais em uma área de aproximadamente 30 quilômetros de extensão por 1,6 quilômetros de largura. Desde 2017, comunidades tradicionais de pescadores artesanais e agricultores familiares que vivem na região vem se mobilizando para tentar barrar a chegada da mineração em suas terras.

A manifestação dos moradores de São José do Norte iniciou com uma passeata que percorreu o centro da cidade e encerrou com a leitura de uma carta e um abraço em frente a Igreja Matriz, simbolizando a luta contra a mineração. A passeata foi marcada pelo grito de luta “mineração aqui não”. Os manifestantes criticaram o modelo de exploração mineral vigente no país, marcado por diversos crimes socioambientais nos últimos anos.

O projeto de mineração para São José do Norte é contestado por moradores da região desde 2014, sendo alvo de diversas críticas por parte dos pequenos agricultores, pescadores artesanais, da população em geral e de movimentos sociais, que tem se posicionado contra o empreendimento.

Ao final do ato foi lida carta que aponta os riscos ambientais e sociais do projeto de mineração. (Reprodução/Facebook/MAM)

A fragilidade ambiental do município foi destacada mais uma vez na manifestação deste 8 de março. A atividade de mineração poderá prejudicar atividades tradicionais, como pesca e agricultura, atividades econômicas recentes, como é o caso do turismo, além do modo de vida de comunidades tradicionais de pescadores artesanais e agricultores familiares.

A carta lida ao final do ato afirma que “o caso de Brumadinho não foi a primeira e nem será a última tragédia no país causada pela indústria da mineração” e destaca o papel das mulheres na luta e na resistência, assinalando que elas “são símbolo de muita força e que carregam consigo a capacidade de se erguer e dar força também para todos que estão em luta contra os ataques que o nosso povo sofre”. Além disso, detalha as razões para a oposição ao projeto da mineração na região:

“Porque queremos continuar com nossas águas preservadas; porque queremos continuar cultivando as nossas terras e retirando dela nosso sustento e sobrevivência; porque queremos continuar pescando nosso camarão, nossa tainha e comercializando como aprendemos com nossas gerações passadas (…)”.

Segundo os manifestantes, essa mobilização representa uma luta em defesa de um projeto de vida que está sendo colocado em risco pela mineração.

(*) Com informações do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM)


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