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16 de janeiro de 2019
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13:04

MPF instaura procedimento para investigar atentado contra comunidade Mbyá-Guarani

Por
Sul 21
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MPF instaura procedimento para investigar atentado contra comunidade Mbyá-Guarani
MPF instaura procedimento para investigar atentado contra comunidade Mbyá-Guarani
No dia da visita, indígenas mostraram cápsulas a procurador | Foto: Divulgação

Da Redação

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta terça-feira (15) que instaurou procedimento para investigar o atentado ocorrido na madrugada de sexta-feira (11) contra a comunidade indígena Mbyá-Guarani da Ponta do Arado, no bairro Belém Novo, em Porto Alegre. Ainda no sábado (12), o procurador Pedro Nicolau Moura Sacco – assessorado por um integrante do Núcleo das Comunidades Indígenas e Minorias Étnicas (Nucime), esteve no acampamento para obter informações sobre o ocorrido.

Conforme o relato dos Guarani, dois homens encapuzados saíram de uma barraca de vigilância instalada pela empresa de segurança da Arado Empreendimentos Ltda, a qual pretende construir um condomínio no local, e disferiram uma saraivada de tiros sobre os barracos dos indígenas, enquanto proferiam ameaças de morte. Ao final da agressão, prometeram voltar no domingo, dia 13, e assassinar todos os membros da comunidade.

“Como não poderia deixar de ser, os representantes do MPF encontraram os indígenas bastante abalados pelo ocorrido, mas firmes na vontade de permanecer na área, que contém um vasto e rico sítio arqueológico pré-colonial que atesta sua ocupação imemorial pelos Guarani”, relata o órgão, que acrescentou que irá continuar acompanhando a situação para evitar novos episódios de violência.

Ainda na sexta à tarde, peritos da polícia civil passaram no local e recolheram cartuchos. Ainda assim, os indígenas entregaram ao procurador vários cartuchos de pistola 9mm e revólver calibre 22 que ainda se encontram espalhados na área. Após o ocorrido, no domingo (13), houve uma vigília na praça central de Belém Novo em apoio aos indígenas.

Na sexta-feira, a Arado Empreendimentos Ltda. divulgou nota afirmando que “está buscando informações acerca do que possa ter ocorrido e se efetivamente ocorreu, registrando que os funcionários da Fazenda não ouviram qualquer barulho anormal durante a noite”. “Por ser proprietária da área e ofendida diante da invasão ilegal que está em curso, a empresa é a maior interessada na elucidação dos fatos e na verificação acerca de efetivamente ter ocorrido algum incidente análogo ao que vem sendo divulgado”, diz ainda a nota.


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