Da Redação
O Ministério Público do Rio de Janeiro emitiu um comunicado nesta terça-feira (8) informando que Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, as filhas do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz, e Márcia Oliveira de Aguiar, companheira do motorista, não compareceram para prestar depoimentos marcados para hoje. A justificativa apresentada pela defesa das familiares de Queiroz é que se mudaram temporariamente para São Paulo, onde ele passa por tratamento médico, e deverão permanecer até o final do tratamento na cidade.
O MP aponta que o não comparecimento deliberado dos familiares de Queiroz — ele próprio não compareceu a depoimentos marcados em duas oportunidades no final do ano passado — é uma opção deles garantida pelo direito constitucional à ampla defesa e que poderá ser exercido em juízo, mas que as investigações seguem sendo realizados em caráter sigiloso.
Fabrício Queiroz está sendo investigado por ter movimentado a soma de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o que foi citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como movimentação atípica. Uma das transações é referente a um cheque de R$ 24 mil destinado para a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Jair Bolsonaro afirmou que o valor refere-se a uma dívida pessoal que Queiroz tinha com ele.
O documento do Coaf faz parte da Operação Furna da Onça, comandada pela Polícia Federal e vinculada ao braço carioca da Laja Jato, que investigou a movimentação financeira de assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Flávio Bolsonaro atuava como deputado estadual antes de ser eleito senador.
Queiroz estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 30 de dezembro e recebeu alta nesta terça. Ele está em tratamento de um tumor no intestino.
Confira a íntegra da nota do MP-RJ.
Nota de esclarecimento:
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informa que os depoimentos de Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, filhas de Fabrício Queiroz e de sua companheira Márcia Oliveira de Aguiar, não ocorreram nesta terça-feira (08/01). De acordo com a defesa, “todas mudaram-se temporariamente para cidade de São Paulo, onde devem permanecer por tempo indeterminado e até o final do tratamento médico e quimioterápico necessários, uma vez que, como é cediço, seu estado de saúde demandará total apoio familiar.”
Como já foi amplamente noticiado, foi sugerida a próxima quinta-feira, dia 10/01, para oitiva do ainda deputado estadual notificado Flavio Bolsonaro que, por força de prerrogativa parlamentar, pode indicar nova data para seu depoimento.
O MPRJ esclarece que a oitiva dos investigados representa uma oportunidade para que possam apresentar suas versões dos fatos e que o não comparecimento voluntário e deliberado reflete, neste momento, uma opção dos envolvidos, sendo certo que o direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário.
Vale destacar que a prova documental encaminhada pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MPRJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal.
O MPRJ seguirá apurando os fatos de forma reservada e sigilosa, manifestando-se apenas por meio de notas oficiais.
