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8 de novembro de 2018
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17:38

Brasil fica em último em ranking internacional de valorização de professores

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Sul 21
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No total do ranking, em uma escala de zero a cem, o Brasil alcançou apenas um ponto | Foto: Sumaia Vilela / Agência Brasil

Da Redação

A organização internacional Varkey Foundation divulgou na noite desta quarta-feira (7) o seu mais recente estudo sobre a valorização de professores em diversos países do mundo. Dos 35 países abordados, que abrangem todos os continentes, o Brasil foi classificado em último lugar. Um pouco acima, mas também no final da lista, estão Israel, Itália e Gana. Já os primeiros lugares são ocupados por países asiáticos, com a China sendo a vencedora, seguida por Malásia e Taiwan, ficando à frente de lugares como o Canadá, que ficou em 11º, e a Finândia, em 17º.

Segundo a fundação, o índice é baseado em um estudo que abordou aspectos como salário, respeito por parte dos estudantes, prestígio na sociedade e a opinião da população sobre o sistema educacional. Em uma escala de zero a 100, o Brasil alcançou apenas um ponto, enquanto Israel, o penúltimo país, ficou com 6.65. Em 2013, a organização já havia feito análise semelhante, com 21 países, quando o Brasil marcou cerca de três pontos, ficando à frente apenas de Israel.

O Brasil se destaca negativamente no quesito de respeito aos professores, tanto por parte dos estudantes quanto da sociedade em geral. Apenas 9% da população acredita que os alunos respeitam os professores no país, em contraste com a China, onde este número é de 81%.  O índice também relaciona estes aspectos com o PISA – Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, no qual o Brasil figurou em 63º lugar de 70 países na última edição realizada, em 2016.

Imagem do ranking, com a pergunta “onde os professores são mais valorizados?” | Foto: Varkey Foundation/ Reprodução

A fundação observou a percepção dos habitantes de cada país em relação à profissão, comparando com a realidade dos professores. Por exemplo, no Brasil, a população imagina que os professores trabalhem menos do que eles efetivamente o fazem. A população estimou que os docentes empregam cerca de 39 horas por semana ao ofício, enquanto a categoria relatou trabalhar em média 47,7 horas.

Ainda segundo o estudo, em países sul-americanos e africanos, o salário que a população consideraria justo para o professor é entre 40% e 60% menor do que o que eles realmente recebem. No entanto, 80% dos brasileiros acredita que a remuneração dos docentes deveria estar relacionada com o desempenho de seus estudantes. Ainda, apenas um em cada cinco brasileiros incentivaria seu filho a ser professor, e 88% da população considera a profissão como sendo de “baixo status” social, o segundo pior número no ranking.

Em termos gerais, os brasileiros deram nota 4,2 para o ensino do país, perdendo apenas para o Egito, onde os cidadãos classificaram o ensino com a nota 3,8, em uma escala de zero a dez. O estudo concluiu que essa percepção está relacionada com os outros fatores analisados, ou seja, os cidadãos avaliam a qualidade da educação como pior em países onde os professores são menos valorizados.

Dentre os países latino-americanos, o melhor classificado é o Panamá, na América Central, com 42 dentre 100 pontos. Já o Chile marcou 33 pontos, o Peru, 31, e a Colômbia, 30, enquanto a Argentina ficou em 31º lugar, com 23,6.


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