Por Annie Castro
Formada por máscaras de papel machê, gesso, e de papel, produzidas por cerca de 33 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Surdos Bilíngues Salomão Watnick, existente em Porto Alegre desde 2008, a exposição ‘Nossas Faces’ ocupa o hall de entrada da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul até a próxima sexta-feira (30).
A ideia de criar o material que deu origem à exposição veio após uma visita dos alunos à mostra ‘Etnos Faces da Diversidade’, produzida pelo Santander Cultural. Segundo Cibele Soares Grassi, 47 anos, professora de arte da Escola desde 2016 e orientadora do trabalho, a visitação aos espaços culturais da cidade integra o cronograma da disciplina de Arte e Educação, que tem estudantes de dez a mais de 50 anos.
A Salomão Watnick atende de forma bilíngue, ou seja, em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Português, crianças, jovens e adultos surdos, que possuem ou não de outras deficiências, nas modalidades de Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de disponibilizar serviço de atendimento precoce (EP) para crianças de 0 a 5 anos e aulas de Libras para os responsáveis pelos alunos. Uma vez que muitas turmas são formadas por poucas pessoas, podendo ter apenas um aluno em uma classe, as aulas da disciplina de Arte e Educação funcionam de forma conjunta entre turmas.
Antes da produção das máscaras coloridas, muitas marcadas por glitters, lantejoulas, e detalhes em botões ou lã, a disciplina abordou entre os meses de setembro e outubro questões teóricas e históricas sobre esse tipo de objeto. De acordo com Cibele, que auxiliou o processo de criação, os alunos participam de todas atividades propostas por ela. “Mesmo com suas limitações próprias, eles topam minhas ideias”, aponta.
Nesta terça-feira (27), durante a abertura da mostra, os estudantes do turno da manhã puderam visualizar suas produções. Para Cibele, esse foi um momento de “validação de todo o trabalho de anos”. “Até então, eles apenas visitavam as obras de outras pessoas, então ver a expressão no rosto deles e a identificação deles como artistas deu um significado muito maior para tudo”.
A exposição tem visitação gratuita das 8h às 18h30, e conta com o apoio do gabinete do deputado Adão Villaverde (PT).
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