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10 de setembro de 2018
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20:06

Ex-funcionárias do Mãe de Deus denunciam agressões durante protesto em frente ao Hospital

Por
Sul 21
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Ex-funcionárias do Mãe de Deus denunciam agressões durante protesto em frente ao Hospital
Ex-funcionárias do Mãe de Deus denunciam agressões durante protesto em frente ao Hospital
Em vídeo, gravado após a agressão, quatro seguranças de terno foram registrados tentando impedir a entrada dos manifestantes em um dos acessos do Hospital. Foto: Divulgação/Sindisaúde

Giovana Fleck

Seis dias após o anúncio da demissão de mais de 300 funcionários, o Hospital Mãe de Deus foi palco de confronto entre ex-funcionários e seguranças. Por volta das 13h desta segunda-feira (10), duas ex-trabalhadoras protestavam junto aos seus colegas, do lado de fora do hospital, quando foram agredidas. Enquanto uma teve lesões na articulação de uma das mãos, a outra teve ferimentos na cabeça. Outros manifestantes também foram feridos superficialmente, com arranhões e machucados leves; entre eles o presidente do Sindisaúde, Arlindo Ritter, e dois diretores do sindicato, Júlio Appel e Julio Jesien.

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Em vídeo, gravado após a agressão, quatro seguranças de terno foram registrados tentando impedir a entrada dos manifestantes em um dos acessos do hospital. Enquanto isso, uma das ex-funcionárias é atendida na calçada por colegas. Ela é mostrada consciente, mas imóvel e deitada.

“Eu não sei o que provocou esse ataque”, diz Marion Dias da Silva, que foi atendida no Hospital de Pronto Socorro após ter as articulações de dois dedos lesionadas. Ela caminhava com o grupo pelo acesso da Rua Costa quando se depararam com uma faixa amarela. “Alguns colegas na minha frente removeram a faixa para passar. Foi isso. Quando vimos, um dos seguranças veio para cima de nós com socos. Depois disso, os outros vieram também.”

Marion trabalhava há quatro anos e três meses como gestora de limpeza no Mãe de Deus. “Eu conheço eles. Nos cumprimentávamos todos os dias. Éramos colegas de serviço. Mas ele estava na minha frente, olhando pro meu rosto, e me deu um soco”, conta.

Segundo a assessoria do Sindisaúde (Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul), uma ocorrência foi registrada na Polícia Civil. O sindicato informou que o conflito teria ocorrido após uma reunião de mediação entre a categoria e o Hospital Mãe de Deus no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4). Sem a apresentação de uma proposta concreta, os ex-funcionários teriam se mobilizado para protestar em frente ao hospital cobrando pela reintegração total.

Os quatro seguranças teriam se aproximado do grupo de forma violenta cerca de uma hora após a chegada no local. O sindicato afirma que não sabe, com exatidão, o que provocou a reação do segurança, mas reitera que repudia o ocorrido. Por meio de nota, comunica que irá “buscar a responsabilização completa de todos os envolvidos e responsáveis pela agressão gratuita contra duas trabalhadoras que acabam de perder seus empregos”.

Uma nova audiência de conciliação está marcada para a terça-feira (11), às 17h. Ali, o Mãe de Deus deverá apresentar uma proposta compensatória para os demitidos. Procurado pela reportagem, o hospital ainda não se manifestou sobre a ação dos seguranças.


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