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5 de setembro de 2018
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19:44

125 refugiados venezuelanos chegam ao RS na noite desta quarta-feira (05)

Por
Sul 21
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Venezuelanos viajam em aviões da Força Aérea Brasileira | Foto: Romério Cunha/Casa Civil

Débora Fogliatto

Os primeiros 125 refugiados venezuelanos trazidos para o Rio Grande do Sul como parte do processo de interiorização promovido pela Operação Acolhida do governo federal chegam ao Estado na noite desta quarta-feira (05) e se dirigem para a cidade de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Outros 96 venezuelanos devem chegar à cidade no dia 13 deste mês, enquanto Canoas deve receber 425 refugiados vindos do país.

Os venezuelanos devem desembarcar no Aeroporto Salgado Filho por volta das 19h30, após passarem por Brasília e São Paulo, onde outros grupos permaneceram. Ao chegar à Capital, eles serão levados em ônibus do Exército para Esteio, onde serão recepcionados com um jantar na Igreja Apostólica do Brasil, com a presença do ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e do prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, que os acompanham na viagem.

Na cidade, eles ficarão abrigados por três meses em alojamentos cujos aluguéis serão pagos pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), um dos órgãos envolvidos com as tratativas para sua vinda ao Brasil. No Estado, a Associação Antônio Vieira (ASAV) é quem está realizando as articulações, como entidade conveniada à Acnur. “Em razão do nosso convênio, fomos contatados pela Acnur e pela Casa Civil para prospectarmos lugares disponíveis para o alojamento dos venezuelanos”, relata a Coordenadora de Projeto da ASAV, Karin Kaid Wapechowski.

Ela conta que, quando o governo federal determinou o processo de interiorização, a entidade começou a falar do assunto em Porto Alegre e outros municípios que poderiam acolher refugiados. “Descobrimos um empresário nas cidades de Canoas e Esteio que tem essas propriedades, que são imóveis voltados para o alojamento de trabalhadores de obras, quando empresários trazem operários para trabalhar. Falamos com ele e o colocamos em contato com a Casa Civil”, relata Karin. Foi a partir dessa articulação que foi determinado que os refugiados iriam para as duas cidades da região metropolitana.

Ministro Beltrame visitou alojamentos em Esteio e Canoas antes da chegada dos refugiados | Foto: Clarice Castro/ MDS

Para acolher os imigrantes, Esteio vai receber R$ 530,4 mil do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), recursos que serão investidos em ações principalmente de assistência social, saúde e educação, ao longo de seis meses, período que poderá ser renovado. A administração municipal da cidade vai contratar profissionais para acompanhar o dia a dia dos abrigos e prover os serviços que forem necessários. Canoas, que receberá o dobro de migrantes, contará com recursos de R$ 1 milhão.

Já os custos dos 47 apartamentos alugados em Esteio e 120 em Canoas  serão pagos pela Acnur, assim como o transporte dos venezuelanos desde Boa Vista. Os espaços contam com cozinhas compartilhadas e os refugiados receberão alimentos doados pelo Exército. Segundo a Prefeitura de Esteio, os venezuelanos serão encaminhados para a unidade de saúde mais próxima.

A ideia do projeto é que os novos moradores das cidades consigam trabalho e se desvinculem dos abrigos dentro de um período de três meses. “Eles têm que construir as vidas deles ali e a gente vai trabalhar para isso. Vamos continuar acompanhando eles, seremos uma referência junto com as próprias prefeituras, as quais apoiaremos”, afirma Karin.


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