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10 de agosto de 2018
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18:07

Educafro pede abertura de investigação por racismo após declaração do general Mourão

Por
Luís Gomes
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Educafro pede abertura de investigação por racismo após declaração do general Mourão
Educafro pede abertura de investigação por racismo após declaração do general Mourão
General Mourão em imagem de arquivo | Foto: Exército/Divulgação

Da Redação

ONG Educafro ajuizou nesta sexta-feira (10) um pedido de instauração de inquérito perante o Ministério Público do Rio Grande do Sul e a Polícia Civil para investigar se o candidato à vice-presidência pelo PSL, o general da reserva Hamilton Mourão, cometeu crime de racismo ao palestrar na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (RS), na última segunda-feira (6).

Na ocasião, o general Mourão, que compõe a chapa de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que o Brasil herdou a “indolência” da cultura indígena e a “malandragem” do africano. “Toda sociedade acompanhou a fala e postura racistas e ofensivas à Comunidade Negra, proferida por este senhor que diz querer servir a todos os brasileiros, tratando-os iguais [sic]. A Comunidade Negra não mais vai aceitar calada, chorando para dentro de seu corpo – machucado e espancado por 518 anos de escravidão, exploração e marginalização – este RACISMO que cresce assustadoramente na sociedade brasileira”, disse a Educafro, em nota à imprensa divulgada nesta sexta.

A nota da Educafro rebate a fala de Mourão ao afirmar que, diferentemente dos descendentes de escravos, que não receberam políticas públicas adequadas após o fim da escravidão, os imigrantes europeus que vieram ao Brasil foram acolhidos com políticas solidárias e encontraram no País “portos, palácios, igrejas, estradas, conventos, belos monumentos construídos com o suor dos injustamente escravizados – o povo negro”.

A ONG, contudo, destaca que o Brasil vive hoje um momento em que o acesso dos negros às universidades está criando uma geração de pessoas que está lutando por direitos iguais, o que estimula a Educafro “cobrar direitos e respeito por parte de todos os seguimentos que formam a sociedade brasileira”. “Estamos iniciando um novo momento e iremos enfrentar e denunciar todas as formas de exploração impostas à comunidade negra nestes 518 anos! A luta não é só da comunidade negra: é também de todos os brancos que tem ética e senso de justiça”, afirma a nota.


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