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19 de agosto de 2018
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11:45

Barrada em Porto Alegre, Queermuseu é reaberta no Rio com grandes filas

Por
Sul 21
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Exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasil é aberta ao público no Parque Lage, na zona sul do Rio.

Redação (*)

Banida em setembro do ano passado do Santander Cultural, em Porto Alegre, a exposição Queermuseu foi reaberta neste sábado (18), na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. A reabertura foi um sucesso de público que formou uma grande fila para ver a exposição. Do lado de fora, um pequeno grupo de conservadores fez um protestou contra a exposição. Já os responsáveis pela mostra discursaram contra a censura e o fundamentalismo político e religioso.

O curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, discursou por 15 minutos e criticou a censura à arte, inclusive a autocensura. Uma decisão da Justiça, expedida no dia anterior, proibiu a entrada de menores de 14 anos na exposição, mesmo que acompanhados dos pais. Determinou ainda que adolescentes de 14 e 15 anos só podem ver as obras junto com seus responsáveis.

“Este momento é da democracia, da gente fazer frente ao obscurantismo. A sociedade brasileira mais progressista reabriu esta exposição, esta possibilidade da gente ter acesso ao conhecimento. O fascismo não terá espaço e o fundamentalismo, muito menos. O Rio de Janeiro está de parabéns, porque historicamente sempre esteve à frente dos movimentos, da vanguarda da arte e da política. O Rio representa muito bem a diversidade da arte brasileira”, disse Gaudêncio. O curador comemorou o sucesso da reabertura publicando, em sua página no Facebook, um vídeo das filas para entrar na exposição.

O diretor-presidente da EAV, Fábio Szwarcwald, demonstrou inconformidade com a decisão judicial de proibir menores de 14 anos na exposição e disse que vai recorrer da medida. Ele mesmo veio acompanhado por dois filhos pequenos e não pôde entrar com eles nos espaços da mostra.

“Eu vejo isso como uma atuação muito triste [da Justiça]. O próprio Ministério Público indicou que deveríamos colocar recomendação para maiores de 14 anos e menores de 14 anos acompanhados de seus pais. Estão cerceando, de novo, a liberdade das pessoas terem a oportunidade de verem a exposição. É uma decisão dos pais se eles querem ou não levar seus filhos para ver uma exposição de arte. Cada um educa seus filhos da forma que achar melhor”, disse Szwarcwald.

(*) Com informações da Agência Brasil


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