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25 de julho de 2018
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19:04

Em SP, oficina orienta sobre como agir contra censura em salas de aula

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Sul 21
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Em SP, oficina orienta sobre como agir contra censura em salas de aula
Em SP, oficina orienta sobre como agir contra censura em salas de aula
Oficina também explicará quais os tipos de defesa jurídica e administrativa o professor pode tomar em caso de ataques
| Foto: Divulgação

Felipe Mascari
Da RBA

Especialistas promoverão na próxima quinta-feira (26) uma oficina para a comunidade escolar sobre como reagir às praticas de censura dentro da sala de aula. O evento faz parte da Semana de Formação em Direitos Humanos e Educação Popular, realizada no centro de São Paulo.

Em tempos de ascensão do conservadorismo e do projeto Escola Sem Partido – traduzido como lei da mordaça –, a oficina “Tempos de perseguição: manual de defesa para docentes” busca orientar professores vítimas de difamação e ataques nas redes sociais. “A gente quer apresentar caminhos para que as pessoas não fiquem acuadas. Vamos conversar sobre essas medidas que o professor deve seguir, no meio pedagógico ou jurídico, para se proteger”, explica Daniele Brait, assessora editorial na Ação Educativa.

A ação também tem como objetivo incentivar os professores a não se sentirem acuados nas salas de aula. Com o fácil acesso de alunos aos celulares, os docentes se “auto censuram”, conta o sociólogo e integrante do Coletivo QuatroV, Vinícius Chamlet.

“O principal problema é que o medo da difamação se alastra pelo corpo docente, que deixam de abordar temas importantes, como o gênero, em um país com alto índice de violência contra a mulher. Nossa proposta é resolver o problema a partir do diálogo entre as partes. Queremos que os professores construam uma relação de confiança com alunos”, afirma ele.

A oficina explicará quais formas de defesa jurídica e administrativa o professor pode adotar, como denunciar as tentativas de censura e difamação e o que fazer caso sua escola seja invadida – lembrando o caso do vereador Fernando Holiday que fez blitze em escolas para censurar aulas.

O diretor de escola Regis Marques Ribeiro, membro do Movimento Humanista Internacional, ressalta que as perseguições são disfarçadas através do argumento da “doutrinação”. “O que estas pessoas não entendem é que a escola tem uma função social e que o aluno não é uma página em branco. Isso deixa claro suas características persecutórias, impedindo a liberdade que o professor e qualquer cidadão tem de se expressar”, critica.

O evento precede o lançamento do Manual de Defesa para Docentes, que será lançado em setembro. A publicação, que sairá em forma de livro didático, terá entrevistas com alguns professores que sofreram ataque, além de advogados especialistas no assunto.

A ação deste ano é uma extensão do livro publicado em 2017, como um passo-a-passo para professores se defenderem de ataques. Para o lançamento do manual, acompanhado de um míni-documentário, as entidades contam com um financiamento coletivo, já apoiado por mais de 130 pessoas.

A oficina será realizada das 10h às 13h, na rua General Jardim, 660, na Vila Buarque. O local fica próximo às estações do Metrô Santa Cecília, República e Higienópolis/Mackenzie. As inscrições podem ser feitas aqui.


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