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12 de julho de 2018
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22:33

Adufrgs recebe homenagem por 40 anos em defesa da educação pública

Por
Sul 21
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Presidente da Adufrgs, Paulo Machado Mors, recebe Medalha da Legislatura das mãos do deputado Adão Villaverde. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Giovana Fleck 

O Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul (Adufrgs Sindical) recebeu, no final da tarde desta quinta-feira (12), por iniciativa do deputado Adão Villaverde (PT), a Medalha da 54ª Legislatura, pelos 40 anos de atuação do sindicato em defesa da educação pública. A medalha é destinada a entidades e cidadãos que contribuíram para o desenvolvimento do Estado. A cerimônia ocorreu no Salão Julio de Castilhos, na Assembleia Legislativa.

Fundada em 1978, a Adufrgs surgiu em meio à luta pela democratização do País e da Universidade. Nesse cenário a fundação desta entidade revelou a coragem, o espírito combativo e o grau de engajamento e atuação dos professores da UFRGS, os quais perduram até hoje. O sindicato de firmou em meio a perseguição política para defender professores ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Nós nos estabelecemos como sindicato quando isso era ilegal, durante a Ditadura Militar. São 40 anos de luta”, disse o presidente da Adufrgs Paulo Machado Mors. Com a redemocratização, o sindicato se expandiu. Hoje, representa, também, três outras instituições: UFCSPA, IFRS e IFSul; compreendendo mais de 3,6 mil docentes em 12 municípios. “É uma história de construção do movimento docente que tem se pautado pela negociação”, destacou Mors.

Adão Villaverde: uma história de resistência. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Responsável pela entrega da homenagem, Adão Villaverde observou que “um povo educado não é enganado pelos […] responsáveis pelas desigualdades”. Para ele, a importância da Adufrgs para o desenvolvimento da educação reforça a necessidade da ampliação do acesso à educação superior. “Eu era estudante do Julinho. Participávamos da comissão de anistia na Assembleia e me lembro do apoio da Adufrgs, em 1979. Poucos reconheciam o quanto isso era fundamental naquela época. Em cenários conturbados, de muita luta social, se consolidam essas histórias”, lembrou.

Villaverde caracterizou o período atual como “de muita resistência”, onde há um “ataque brutal” à sociedade representado por iniciativas como a PEC do Teto de Gastos. “Temos que continuar lutando pela afirmação de políticas na educação, na ciência e na tecnologia.” De acordo com o deputado, educação significa investimento – tanto para o indivíduo  quanto para a sociedade. “É assim que se constrói uma nação; com indivíduos críticos”, defendeu.

O reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, reconheceu o impacto da Adufrgs na universidade. “Tenho a mais absoluta convocação de que a Adufrgs moldou uma política em defesa da qualidade da educação gratuita e se colocar como pioneiros da mobilização do corpo docente da UFRGS”, disse. E acrescentou: “Por incrível que pareça, 40 anos depois, ainda temos que defender a educação.”

Reitor da UFRGS reconheceu impacto positivo da Adufrgs na história da UFRGS. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Lei de Diretrizes Orçamentárias

O presidente da Adufrgs definiu como “uma grande conquista do funcionalismo” a aprovação, na madrugada de quinta-feira (12), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estará vigente a partir de 2019. Mors destacou a queda das proibições de reajustes para servidores públicos, que deixaram de constar no texto final. A LDO é a base utilizada pelo governo para elaborar a proposta de Orçamento da União para 2019, que será enviada ao Congresso até o fim de agosto. Além da proibição dos reajustes, o texto-base da lei restringia a criação de cargos públicos.

“Essa é uma vitória dos movimentos sindicais. As organizações estiveram nos gabinetes dos deputados e das lideranças dos partidos pressionando para que esses itens não passassem na LDO. E nós fizemos parte desse processo – através do Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico), que é nossa federação”, assinalou Mors.

O relatório final também inseriu a obrigação redução em 10% dos benefícios fiscais. Atualmente, esses benefícios correspondem a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), somando cerca de R$ 300 bilhões.

O presidente da Adufrgs assinalou, por outro lado, que ainda há um longo caminho para ser percorrido, com objetivos maiores. “O principal é revogarmos a Emenda Constitucional 95. A vitória da LDO representou que, unidos, temos força. Nós valorizamos muito a negociação. Continuaremos insistindo. Essa é uma das nossas características”, concluiu.


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