Igor Natusch
The Intercept Brasil
O Brasil tomou conhecimento, no começo de janeiro, do que parecia ser o desfecho macabro de um crime há meses envolto em mistérios. Duas crianças, cujos corpos esquartejados haviam sido encontrados em setembro de 2017 na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, teriam sido sacrificadas em um ritual satânico, encomendado por dois empresários em busca de um pacto por sucesso nos negócios, e levado a cabo com o auxílio de outras cinco pessoas.
A resolução relâmpago do caso pegou de surpresa o delegado Rogério Baggio, titular da Delegacia de Homicídios do município e que investigava o crime há meses. Ele estava em seus últimos dias de férias quando Moacir Fermino, colega que o substituiu por apenas 30 dias, veio a público anunciar que havia desvendado a motivação por trás das mortes. Atribuindo o sucesso de seu trabalho a testemunhas que ele publicamente chamou de “profetas de Deus”, o substituto coletou informações que lhe permitiram descobrir os detalhes do crime. Cristão fervoroso, ele batizou a operação de “Revelação”.
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