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11 de fevereiro de 2018
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19:49

Invasores incendeiam posto da Funai em Rondônia. Cimi denuncia cumplicidade do governo Temer

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Sul 21
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Invasores incendeiam posto da Funai em Rondônia. Cimi denuncia cumplicidade do governo Temer
Invasores incendeiam posto da Funai em Rondônia. Cimi denuncia cumplicidade do governo Temer
Estado do posto da Funai após o ataque. (Foto: Cimi/Divulgação)

Da Redação 

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou nota neste domingo (11) denunciando o novo ataque sofrido pelo povo Karipuna, em Rondônia. O posto de vigilância da Fundação Nacional do Índio (Funai), próximo da aldeia Panorama, foi incendiado por um grupo de invasores. Segundo o Cimi, “os invasores agem com desenvoltura diante da ineficácia e o descaso dos órgãos de fiscalização, sob os olhos cúmplices do governo Temer”. Segue a íntegra da nota:

Invasores ateiam fogo em Posto da Funai localizado na TI Karipuna

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vem a público denunciar as graves violências que sofre o povo Karipuna, no estado de Rondônia, com a atuação de invasores, que desta vez atearam fogo no posto de Vigilância da Fundação Nacional do Índio (Funai). A ação demonstra o caráter criminoso e organizado destes grupos.

Os invasores se mostram cada dia mais audaciosos. Não bastasse toda a exploração ilegal de madeira e a grilagem de terra, através de loteamento dentro da Terra Indígena Karipuna, agora, para amedrontar o povo Karipuna, atearam fogo no Posto de Vigilância da Funai, próximo 12 Km da aldeia Panorama.

Os invasores agem com desenvoltura e total liberalidade diante da ineficácia e o descaso dos órgãos de fiscalização, sob os olhos coniventes e cúmplices do governo Temer.

No dia 09 de fevereiro, os indígenas da aldeia Panorama enviaram imagens da destruição do Posto de Vigilância. O território Karipuna está invadido e o povo com sua liberdade cerceada dentro de seu próprio território.

Uma Recomendação do Ministério Público Federal (MPF), assinada no dia 4 de setembro de 2017, determina que a Funai elabore um plano emergencial de ação e autorize a liberação de recursos “para assegurar a proteção do povo Karipuna e a integridade de sua área demarcada”. O prazo era de 10 dias úteis a partir da emissão do documento. Infelizmente, o povo vive a iminência de um genocídio e ações eficazes não são levadas a cabo para coibir a ação dos criminosos.

O Cimi manifesta plena solidariedade aos Karipuna e exige que as autoridades brasileiras tomem medidas urgentes e estruturantes com o único objetivo de pôr fim às ilegalidades e aos crimes que estão em curso contra este povo e seu território.

A ação do Estado e do governo brasileiro é uma obrigação constitucional e é de importância fundamental para que seja evitado o genocídio dos Karipuna. A inoperância do governo Temer o torna cúmplice do crime e o faz participante do potencial genocídio desse povo.

Porto Velho, Rondônia, 11 de fevereiro de 2018

Conselho Indigenista Missionário (Cimi)


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