Geral
|
3 de junho de 2016
|
13:34

Professores ocupam Secretaria da Educação no Ceará contra proposta de reajuste

Por
Sul 21
[email protected]
Professores ocupam Secretaria da Educação no Ceará contra proposta de reajuste
Professores ocupam Secretaria da Educação no Ceará contra proposta de reajuste

Edwirges Nogueira
Da Agência Brasil

Professores da rede estadual de ensino do Ceará, em greve desde o dia 25 de abril, ocupam a sede da Secretaria da Educação (Seduc) desde a manhã de quinta-feira (2). Eles protestam contra a proposta de reajuste salarial pelo governo. Cerca de 100 pessoas, segundo o movimento, pretendem continuar no local e estão organizando colchões e mantimentos.

“A gente só vai sair desse prédio quando o governador em pessoa vier negociar com a gente. Não somos moleques nem ratos. Já basta trabalharmos entre os ratos nas cozinhas e salas de aula das nossas escolas. Queremos uma escola pública de qualidade”, disse o professor Yuri de Abreu.

A ocupação do prédio ocorreu após ato do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Sindicato Apeoc). Uma comissão formada por diretores da entidade se reuniu na quinta com o secretário de Educação, Idilvan Alencar.

Os professores que ocupam a sede da secretaria fazem parte de um grupo contrário à atual diretoria do sindicato.

Segundo o professor Rafael Rabelo Cavalcante, que participa da ocupação, o reajuste salarial apresentado pelo governo estadual chega a 2%, o que não é suficiente. “O grupo de oposição é crítico a essa proposta. A disposição dos professores para essa luta é muito grande, porque os ataques que vieram desde o ano passado, com corte de verbas, foi muito forte. Não podemos acabar a greve com uma proposta de reajuste de 2%.”

Governo

A proposta do governo, apresenta ao sindicato no dia 30 de maio, inclui uma valorização salarial a partir da lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), com uma margem de uso de 80% do fundo para custear a remuneração do magistério.

Para o professor Cavalcante, esse item não é positivo para a categoria. “Se nosso reajuste fica vinculado ao fundo, significa que daqui a alguns anos não teremos salário ou reajuste.”

Segundo a Seduc, o reajuste será anunciado no começo deste mês. A proposta condiciona a concessão do valor ao fim da greve. A rede estadual é composta por 709 escolas, com 445 mil alunos matriculados. Em nota, a Seduc informou que mais de 400 escolas estão em funcionamento normal.

O secretário da Educação, Idilvan Alencar, conversou esta tarde com os professores que ocupam a sede sobre pontos da proposta, mas destacou que houve um rompimento na negociação com a deflagração da greve e pediu a volta dos professores para as salas de aula. Ele pediu que qualquer negociação ocorra em consonância com o sindicato. “Fazemos um apelo ao bom senso para que retornem as aulas e deixem as pessoas trabalhar na sede da secretaria, porque tem serviços essenciais que estão prejudicados.”

Sindicato

Sobre a ocupação, o Sindicato Apeoc informou, em seu site, que respeita a mobilização dos trabalhadores, mas que “não vai se responsabilizar por nenhum fato decorrente dessa iniciativa” e “alerta para as consequências do ponto de vista político, jurídico e administrativo que a ocupação pode gerar, num momento delicado da luta da categoria”.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora