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7 de abril de 2016
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22:43

Informe do Banrisul em defesa do impeachment é alvo de críticas

Por
Sul 21
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Informe do Banrisul em defesa do impeachment é alvo de críticas
Informe do Banrisul em defesa do impeachment é alvo de críticas
No infomativo enviado aos clientes, direção prega que a Lava Jato e o impecahment refletem positivamente para os negócios|Foto: Reprodução Banrisul
No infomativo enviado aos clientes, direção prega que a Lava Jato e o impeachment refletem positivamente para os negócios|Foto: Reprodução/ Banrisul

 

Da Redação*

Um informativo enviado a clientes pelo Banrisul externando a posição em defesa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PMDB) foi alvo de críticas do deputado estadual Adão Villaverde (PT) na sessão desta quinta-feira (7) da Assembleia Legislativa. No Informativo Afinidade, seção Ambiente Econômico, a direção do banco público prega que as investigações da operação Lava Jato e o impeachment refletem positivamente para o mercado financeiro.

“Por aqui, a cena política segue determinando o clima dos negócios. Desta vez, contudo, instalando um tom positivo frente ao avanço das investigações no âmbito da Operação Lava Jato e ao aumento das chances de interrupção do mandato presidencial, o que repercutiu em considerável apreciação do real frente ao dólar e em valorização do Ibovespa, principal indicador do desempenho de nosso mercado acionário”, diz um trecho do informativo.

Em sua manifestação, Villaverde cobrou uma posição por parte do governo José Ivo Sartori (PMDB).  “O banco é público, de todos os gaúchos, e não pode se articular como uma instituição privada. É um banco importantíssimo, para o fomento econômico e o desenvolvimento estadual. Faz parte do patrimônio histórico do Estado, ligado à cultura, ao esporte e à própria construção da imagem da Banrisul e do RS”, afirmou o deputado.

Conforme o parlamentar, opiniões a favor do impeachment podem ser veiculadas nos boletins de mandato de parlamentar, mas não como informe de “instituição ilibada e referência no sistema financeiro.” “Nós acreditamos que o impeachment é golpe. Por isso, achamos que o impedimento levará à instabilidade, danosa para a economia e a sociedade brasileira”, argumentou Villaverde.

Desculpas do líder peemedebista

O líder do governo Sartori na Assembleia, Alexandre Postal (PMDB), foi à tribuna responder às críticas feitas pelo petista quanto ao conteúdo do informativo do Banrisul. Ele admitiu que a publicação não deveria ter sido divulgada, pedindo desculpas “pelo equívoco”, uma vez que o banco não se envolve em política partidária. Entretanto, Postal afirmou que análises do mercado financeiro apontam “que se os ajustes necessários saíssem do papel melhoraria a perspectiva da economia brasileira.”

Tese refutada

O sindicato dos Bancários  de Porto Alegre e Região (SindBancários) também criticou o conteúdo da publicação do Banrisul. Secretário-geral da entidade e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner apontou contradições em relação à tese de impeachment e o consequente crescimento econômico defendido no informativo.

Primeiramente, na avaliação do dirigente sindical, o banco não pode ser usado como um instrumento político e partidário “para atacar governos eleitos democraticamente.” “E a tese de que a possibilidade de um impeachment melhora as condições da economia brasileira não se sustenta. Afinal, a presidenta Dilma continua presidenta num cenário, que é de recuperação ou de aumento da recessão? Porque o banco fala em economia mundial em crise como se o Brasil fosse de outro planeta e não sofresse os efeitos da recessão como nos Estados Unidos, na Europa e na China, seus maiores parceiros econômicos”, questionou Fetzner, sobre a posição defendida pelo banco.


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