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26 de novembro de 2015
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19:41

Jovens do MST presos por protesto com argila na Câmara são acusados de ‘crime ambiental’

Por
Sul 21
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Jovens do MST presos por protesto com argila na Câmara são acusados de ‘crime ambiental’
Jovens do MST presos por protesto com argila na Câmara são acusados de ‘crime ambiental’
Foto: MST
Foto: MST

Da Redação

O MST divulgou uma nota de repúdio às prisões realizadas na quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados, em Brasília. Quatro jovens do movimento foram detidos por uma intervenção feita com água e argila, remetendo ao desastre ambiental ocorrido em Mariana (MG). O grupo também se manifestava contra o novo Código de Mineração. A soma das acusações contra os manifestantes, incluindo crime ambiental, chega quatro anos de prisão.

Confira a nota na íntegra:

O MST vem a público denunciar e repudiar veementemente a prisão de quatro jovens do Movimento após uma intervenção na Câmara dos Deputados Federais em solidariedade às vítimas de Mariana e contra o novo Código da Mineração, nesta quarta-feira (25), em Brasília, ao denunciarem o crime ambiental causado pela mineradora Samarco e a Vale.

Ironicamente, os militantes foram detidos e transferidos para a carceragem da polícia civil acusados de crime ambiental ao realizarem uma intervenção em que trouxeram argila com água, justamente para denunciar o crime cometido pela mineradora. A soma das acusações chega a 4 anos de prisão.

Quatro jovens do MST são presos por sujar paredes da Câmara com lama numa intervenção teatral (limpas depois de alguns minutos), enquanto diretores da Vale foram responsáveis por mortes, desaparecimento de pessoas, destruição de centenas de lares, contaminação ambiental por lama tóxica, e continuam todos soltos?!

Esta ação violenta da Polícia Legislativa somada a outros recentes episódios na casa apenas demonstram a arbitrariedade do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acuado com os inúmeros protestos que pedem sua saída da presindência da casa por causa das recentes denúncias de corrupção que envolvem sua pessoa.

Os cerca de 200 advogados reunidos no Encontro da Rede Nacional dos Advogados e Adovagadas Populares (Renap) fazem vigília em frente à delegacia de Polícia Especializada, local em que os jovens estão detidos.

O MST espera que sejam tomandas as devidas providências por parte do poder judiciário para que seja revisto esta postura antidemocrática e violadora de direitos humanos cometida pela atual lógica vigente da “Casa do Povo”.

Direção Nacional do MST
Brasília, 25 de novembro de 2015


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