Luís Eduardo Gomes
A Casa de Cultura Mário Quintana foi palco, na tarde desta quinta-feira (2), de mais um ato organizado por servidores estaduais contra as políticas de ajuste fiscal do governo do Estado e contra o parcelamento dos salários do funcionalismo. Contudo, em vez de bandeiras, buzinas e apitos, a manifestação foi marcada por contar com um microfone aberto para quem quisesse participar, o que englobou falas de protesto, mas também apresentações musicais e literárias.
“É um movimento orgânico, liberando o espaço para que qualquer pessoa possa chegar, fazer sua reflexão, mostrar seu talento”, disse Janaína Timm, servidora do Pró-Cultura e integrante do movimento dos servidores da Cultura no RS. Ela salientou, no entanto, que o ato faz parte das ações do movimento unificado de servidores e da greve de quatro dias do funcionalismo, que começou na segunda-feira (31).
Entre as 14h30 e as 18h, o espaço foi ocupado por diferentes manifestações. Um músico fez uma apresentação de jazz no saxofone, outro fez a leitura de um trecho de uma obra de Machado de Assis, outros cantaram acompanhados de um violão. Mas também serviu de oportunidade para falas contra a atual gestão cultural do Estado.
“É um momento coletivo de cultura em que a gente está fazendo a explanação das mazelas que a Cultura do Estado está sofrendo com a atual gestão, como a redução de orçamento da secretaria de Cultura de R$ 90 milhões para R$ 8 milhões”, disse Janaína.
Segundo ela, este corte nos recursos destinados à pasta impacta o oferecimento de serviço público na área, a mostra de produção cultural, o incentivo de novos artistas, a promoção de eventos, os pontos de cultura, museus, etc.
Em razão disso, os servidores lançaram durante o ato um “manifesto em defesa da cultura do RS”, que expressa a “indignação com a gestão da cultura em nosso Estado pelo atual governo, cujas políticas aprofundam a precariedade das condições de trabalho e dos serviços oferecidos aos gaúchos em suas instituições públicas, como a casa de cultura Mário Quintana, o Museu da Comunicação, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Pró-Cultura, entre outras que integram as trinta e duas divisões da secretaria”.
