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11 de novembro de 2014
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11:44

Papa defende releitura do evangelho e unidade na diversidade

Por
Sul 21
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| Foto: Casa Rosada/CC
Papa Francisco abriu espaço para debater a sexualidade na Igreja Católica | Foto: Casa Rosada/CC

Da RBA

Durante o mês de outubro, o Papa se reuniu junto com vários bispos e teólogos, no chamado Sínodo Extraordinário da Igreja Católica, para debater a questão da sexualidade, do direito ao sacramento para casais recasados, o uso de preservativos etc. Segundo Frei Betto, ativista e assessor de movimentos sociais, “nunca antes na história da Igreja, um Papa ousou, como Francisco, colocar a sexualidade no centro do debate eclesial.”

O Sínodo foi uma discussão prévia pois em outubro de 2015, haverá o Sínodo Ordinário da família, quando os temas debatidos agora deverão finalmente receber uma definição sobre que tratamento receberá da igreja católica.

Em seu comentário semanal na Rádio Brasil Atual, Frei Betto contou ainda que o encontro de religiosos abordou também a questão da homossexualidade. Frei Betto afirmou que “quem há muito transita na esfera eclesiástica sabe que é significativo o número de gays entre seminaristas, padres e bispos” e pergunta “Por que que eles não gozam, no seio da Igreja, do mesmo direito dos heterossexuais de se assumirem como tal? Será que é justo que permaneçam ‘no armário’, vitimizados pela Igreja e supostamente por Deus, por uma culpa que não têm?”

Frei Betto sugere que se faz necessário reler o evangelho pela ótica homossexual, assim como foi feito, nos últimos anos, pelo prisma feminino e ressalta que a unidade na diversidade é uma característica da Igreja Católica e diz que “basta lembrar que são quatro os evangelhos, e não um só, Ou seja, quatro enfoques distintos sobre o mesmo Jesus.”

“Diante dos escândalos de pedofilia, dos 100 mil padres que abandonaram o sacerdócio para se casarem com suas mulheres, da violência física e simbólica aos gays, o Papa Francisco ousa se erguer contra o cinismo dos que se arvoram em atirar a primeira pedra”, disse Frei Betto.

“A Igreja Católica não pode de maneira alguma continuar cúmplice desse mundo homofóbico, dessas tendências violentas de discriminação daqueles que não seguem uma orientação heterossexual”. E concluiu: “Deus é amor, diz a primeira carta do apóstolo João, que acrescenta: o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.”


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