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30 de dezembro de 2019
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15:16

Previsões otimistas da mídia e mercado na economia pós-golpe não se concretizaram

Por
Luís Gomes
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Michel Temer e Bolsonaro | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Luisa Fragão
Da Fórum

Os ânimos exacerbados da mídia tradicional e do mercado com o golpe da ex-presidenta Dilma Rousseff, no segundo semestre de 2016, fizeram com que previsões otimistas sobre a “retomada da economia” proliferassem nas redes e noticiários. No entanto, desde então, os números oficiais apontaram para um movimento contrário. Em 2019, por exemplo, a alta do dólar bateu recorde e o PIB deve ficar em torno de 1%.

Nos últimos meses de 2018, logo depois das urnas terem apurado a vitória de Jair Bolsonaro na Presidência – e, com ele, a garantia de uma investida neoliberal na economia – economistas e institutos de pesquisa previam o melhor dos cenários. O IBGE, por exemplo, assegurava uma guinada do Produto Interno Bruto (PIB) e alguns indicadores, como o Focus, apostava em um crescimento de 2,53% em 2019.

O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, foi outro que sofreu contradição em suas previsões econômicas. Em palestra sobre a “Economia Brasileira em 2019 – Cenário macro, perspectivas e desafios de longo prazo”, realizada em dezembro de 2018, Sardenberg disse, otimista, que o Brasil fecharia 2019 com crescimento de 2,5% no PIB.

Para 2018, ainda durante o governo de Michel Temer, o otimismo não foi diferente. Em seus textos, a jornalista Miriam Leitão, colunista do O Globo e comentarista da GloboNews, projetava um futuro promissor. Em texto de março de 2018, a repórter relata que, “dentro de um ano, o país estará diante de um número melhor do que o 1% que colheu esta semana. O PIB de 2018 deve ficar, segundo as previsões dos economistas, em torno de 3%. Mesmo com o extremo nevoeiro do cenário político, o país deve dar mais alguns passos na recuperação do produto perdido. O consumo vai subir e até o investimento será positivo”.

Em outro trecho, a jornalista comemora o “fim da recessão de 2014-2016”, época do governo Dilma, mas lamenta o “crescimento magro” do primeiro ano pós-golpe. No decorrer de 2017 o PIB fechou em 1,1% – valor similar ao primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro.

Além do crescimento menor do que o esperado, outro indicador acabou bem diferente do que profetizavam especialistas: o valor do dólar. A previsão era que, ao final de 2019, o dólar estivesse em R$ 3,80, segundo o Boletim Focus. A moeda, porém, caminha para fechar o ano acima dos R$ 4, apesar de Jair Bolsonaro ter falado em “metas para o dólar” durante as eleições e especuladores do mercado cravassem que a moeda ficaria com cotação inferior a R$ 3,50. Além disso, o governo Bolsonaro bateu recordes nas médias mensais em sete dos dez meses já transcorridos e fechou novembro com a média mais alta da história da moeda, criada em 1994 com o Plano Real.

Confira algumas das previsões que deram errado em 2019:


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