Coronavírus
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24 de fevereiro de 2021
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22:39

Mais de 50 funcionários estão afastados por infecção ou suspeita de covid na Trensurb

Por
Sul 21
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Mais de 50 funcionários estão afastados por infecção ou suspeita de covid na Trensurb
Mais de 50 funcionários estão afastados por infecção ou suspeita de covid na Trensurb
| Foto: Luiz Soares/Trensurb

Fernanda Nascimento

A explosão de contaminações pela covid-19 no Rio Grande do Sul está impactando trabalhadores de setores essenciais. Na Trensurb, mais de 50 dos 1.093 funcionários da empresa estão afastados por contaminação, suspeita ou contato com colegas infectados. De acordo com Sindicato dos Metroviários (Sindimetrô), pelo menos sete funcionários com coronavírus estão internados em unidades de atendimento. A maioria dos metroviários afastados atua em contato direto com o público, nas bilheterias ou na segurança de estações.

Os dados sobre o número de funcionários afastados são conflitantes. Segundo a empresa, são 52 funcionários. Já o sindicato afirma que a marca chegou a 67 pessoas. O cenário é o pior desde o início da pandemia. Além dos riscos de contágio para os funcionários e usuários, o Sindimetrô afirma que a situação pode ter consequências no atendimento ao público. “A gente vem alertando que poderemos ter muita gente contaminada e as estações podem ficar sem trabalhadores”, disse o presidente do sindicato, Luís Henrique Chagas. Em resposta aos questionamentos do Sul21, a Trensurb afirmou que tem monitorado a situação, analisando cenários de risco e que, no momento, não há falta de efetivo.

Atualmente, mesmo os setores administrativos da empresa estão atuando de forma presencial. Os representantes da categoria reclamam que além do aumento de contágio causado pelo pico da doença no Estado, a Trensurb não teria adotado todas as medidas necessárias para evitar a propagação. “As medidas seriam suficientes se a Trensurb efetivasse o que prometeu. Na prática, não tem álcool gel para os usuários, os lavatórios instalados não funcionam, as máscaras são insuficientes. O que aconteceu é que desde o início nós tivemos que comprar EPIs e fazer testes nos metroviários”, diz Chagas.

Uma funcionária que trabalha nas estações e prefere não ter o nome divulgado relatou que o cenário é de apreensão. Com colegas afastados por covid-19 e outros com suspeita de contaminação, ela explica que a situação de trabalho é de exposição pelo contato com o público e se agrava pela ausência de circulação de ar em alguns ambientes sem ventilação externa. “Algumas estações não têm janelas. Nos banheiros têm exaustor, mas o ar não circula fora daqui, fica tudo no mesmo ambiente. A gente fica bem assustada, porque também tem que lidar com dinheiro e com os usuários que às vezes não usam a máscara direito”, relata. A empresa afirma que adotou todas e protocolos determinados pelas autoridades. A respeito da ventilação, a Trensurb afirma que “houve vistoria do Ministério Público do Trabalho que atestou a qualidade do ar nesses ambientes, além da adequação de outros parâmetros como temperatura e ruído”.

Ao todo, 154 funcionários da empresa foram oficialmente contaminados desde o início da pandemia e, nos últimos dias, alguns casos de reinfecção foram registrados. Apesar de incluídos entre os grupos prioritários para a vacinação, os funcionários do setor de transporte estão entre as últimas categorias com previsão de imunização. De acordo com o Plano Estadual de Vacinação, devem ser imunizados após as pessoas com mais de 60 anos, grupos com comorbidades, profissionais da educação e das forças de segurança. A categoria pretende se reunir com prefeitos de Porto Alegre e Região Metropolitana em busca de apoio para antecipar a vacinação dos funcionários na linha de frente. “O que a gente está pedindo é vacina. Quem transporta todos os trabalhadores de todos os setores, quem se expõem o tempo todo são os trabalhadores do transporte”, afirma Chagas.


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