Coronavírus
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19 de janeiro de 2021
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15:10

‘Espero que com a vacina, tudo comece a se normalizar’, diz auxiliar de higienização do Hospital Conceição

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Sul 21
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‘Espero que com a vacina, tudo comece a se normalizar’, diz auxiliar de higienização do Hospital Conceição
‘Espero que com a vacina, tudo comece a se normalizar’, diz auxiliar de higienização do Hospital Conceição
Joelma Kazimirski, trabalhadora do Grupo Hospitalar Conceição, foi uma das primeiras pessoas vacinadas contra a covid-19 no RS. Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Da Redação

Emoção e esperança. Esses foram os sentimentos que prevaleceram na cerimônia que marcou o início da vacinação contra o coronavírus no Rio Grande do Sul, quando cinco pessoas pertencentes aos grupos prioritários na primeira fase da imunização foram vacinados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), nos últimos minutos da noite desta segunda-feira (18).

Vacinados ao mesmo tempo, não houve “um” primeiro gaúcho imunizado no Estado. Assim, Eloina Gonçalves Born, de 99 anos; Jorge Amilton Hoher, 68 anos, médico-chefe do serviço de Medicina Intensiva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre; Carla Ribeiro, 32 anos, da etnia kaingang; Joelma Kazimirski, 48 anos, auxiliar de higienização do Grupo Hospitalar Conceição; e Aline Marques da Silva, 40 anos, técnica de Enfermagem CTI Covid do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), entraram juntos pra história como os primeiros vacinados no RS.

“Estou muito bem, parece que nem tomei nada, estou muito feliz. Para quem disser que não vai tomar, recomendo que tome a vacina, porque vale à pena”, disse Eloina Gonçalves Born, de 99 anos, moradora do Residencial Geriátrico Donna Care.

Joelma Kazimirski, auxiliar de higienização do Grupo Hospitalar Conceição, destacou o quanto é triste ver os familiares dos doentes no hospital e afirmou esperar que a vacina marque o início do fim da pandemia. “Estou muito emocionada, agradecida. A gente esperou com tanta ansiedade, agora é só agradecer e esperar que tudo dê certo e acabe com esse vírus. É cansativo, é triste ver os familiares chegando lá (no hospital), não tem como explicar, é triste demais. Espero que agora, com a vacina, tudo comece a se normalizar.”

Carla Ribeiro, da etnia kaingang e residente da Aldeia Fag Nhin, localizada na Lomba do Pinheiro, fez um apelo para que todos os indígenas se vacinem e lembrou da dificuldade que passou com a contaminação da sua filha, de apenas sete anos de idade.

“Foi muito emocionante representar todo o nosso povo. Quero dizer a todas as etnias que até quarta-feira a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) vai disponibilizar nas aldeias as vacinas, que eles se conscientizem porque isso é importante para nós. Já perdemos muitos guerreiros, nossos velhos, que levaram com eles sua sabedoria ancestral e isso deixa a gente muito perdido. A gente tem muita esperança de acabar logo com isso, porque perdemos muitos conhecidos e parentes”, disse, sem conseguir conter o choro. “Minha filha pegou e foi muito difícil pra mim, ela tem sete anos, ficou 14 dias separada de mim, é muito emocionante pra mim e espero que isso dê esperança pra toda a população.”

A primeira etapa da vacinação no estado vai priorizar idosos que residem em instituições de longa permanência e profissionais de saúde da linha de frente no combate ao coronavírus, além de indígenas e quilombolas.

De um total de quase seis milhões de doses da CoronaVac, o Rio Grande do Sul recebeu 341,8 mil unidades. Dessas, 170,8 mil — aproximadamente a metade do recebido – estão sendo enviadas para o interior, a partir de Porto Alegre, nesta terça (19), por via terrestre e aérea, com o apoio da frota de aviões da Secretaria da Segurança Pública (SSP). A quantidade remanescente das vacinas ficará armazenada pelo governo estadual para o posterior envio e a segunda dose desse público, cuja previsão para aplicação é entre duas e quatro semanas após a primeira dose.


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