Da Redação
Em pronunciamento à imprensa nesta quarta-feira (16), o prefeito de Caxias do Sul, Flavio Cassina (PTB), informou que os hospitais da cidade estão beirando a lotação máxima e próximos de uma situação de colapso.
Segundo os últimos dados da Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul, divulgados nesta terça (15), a cidade estava com 95% de ocupação de leitos de UTI na rede pública e 87% na rede privada.
“Estamos com a capacidade totalmente estourada, com dificuldade de manutenção da bandeira vermelha, estamos na iminência de passar para bandeira preta e alguns já falam em lockdown. Então, a situação é terrível. Nunca esteve tão fora de controle como está agora”, disse.
Cassina pediu apoio da imprensa para divulgar a situação e avaliou que a população local “não está levando muito sério”. “Parece que ainda não caiu a ficha”, disse.
O prefeito disse que tem buscando a abertura de novos leitos na região, mas que a situação é crítica.
Cassina também afirmou que espera que a cidade não passe para a bandeira preta, especialmente em razão do comércio às vésperas do Natal, mas pediu apoio para que o empresariado possa dar sua contribuição.
“Eu acho que, nesse momento, é a consciência de cada um que vai dizer. Vamos evitar as festas de final de ano, com muito cuidado, para que o reflexo não chegue em janeiro e fevereiro, num quadro muito pior do que estamos vivendo”, afirmou.
Secretário municipal de Saúde, Jorge Olavo Hahn Castro corroborou que Caxias do Sul vive o pior momento em termos de taxa de contaminação e de ocupação de leitos hospitalares, acrescentando ainda que a cidade também está no limite da capacidade de abertura de novos leitos.
“Não por falta de material, que isso há. Temos o apoio do governo do Estado, que nos fornece ventiladores, monitores cardíacos e bombas de infusão. Capacidade física nós possuímos, o que nós não temos e está esgotado é pessoal da saúde. Não há mais como conseguir funcionários para novos leitos de UTI. Com o agravante de que essa equipe que está há quase oito meses trabalhando sem descanso e sem parar, está se aproximando do esgotamento”, disse.
O secretário disse que medidas restritivas só funcionariam caso a população seguisse os protocolos, lamentando que boa parte dos cidadãos abandonou os cuidados.
“Nessas pessoas que abandonaram os cuidados, medida restritiva nenhuma vai funcionar. Por isso a preocupação da Prefeitura com a conscientização das pessoas de que a pandemia está no auge e, se não tiver a ajuda da população, num futuro muito breve, vamos ter uma situação caótica”, afirmou Jorge Castro.
Até esta terça, Caxias do Sul já havia registrado 16.932 casos positivos de covid-19 e 251 óbitos.