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5 de julho de 2020
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13:23

Porto Alegre: ocupação de leitos de UTI por pacientes com covid-19 sobe 293% desde junho

Por
Luís Gomes
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Explosão de internações levou o prefeito a determinar fechamento da Orla, medida que ele relutava em tomar | Foto: Luiza Castro/Sul21

Luís Eduardo Gomes

Considerado um dos indicadores mais importantes para medir a velocidade de crescimento da pandemia de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, a taxa de ocupação de leitos de UTI por pacientes contaminados subiu 293% desde o início de junho em Porto Alegre.

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Após oscilar entre 25 e 48 pacientes de covid-19 internados simultaneamente nos meses de abril e maio, a taxa de ocupação iniciou um movimento acentuado de crescimento na primeira semana de junho e ainda não estabilizou.

No dia 1º de junho, eram 45 pacientes com covid-19 internados em UTIs da Capital. No dia 8, 62. No dia 15, 79. No dia 22, 102. No dia 29, 148. E, neste sábado, 4 de julho, 177, o que representa um aumento de 293% em relação ao início de junho.


Gráfico demonstra a evolução de internação por covid-19 em UTIs de hospitais públicos e privados de Porto Alegre | Fonte: Prefeitura de Porto Alegre

O período também marca uma explosão no número de casos. Em 1º junho, a Secretaria Estadual de Saúde registrava 1.517 casos confirmados de covid-19. No boletim de sábado, já contabilizava 3.968, um avanço de 161%.

Já os óbitos confirmados saltaram de 41, no dia 1º de junho, para 114 até a última confirmação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o que representa uma elevação de 178%.

A aceleração das internações ocorreu duas semanas após a última grande liberação de restrições anunciada pela Prefeitura, em 20 de maio, quando a maior parte das atividades dos setores de serviços e comércio que ainda se encontravam fechadas receberam permissão para serem retomadas. Contudo, já no dia 8 de junho, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) usou o crescimento da taxa para suspender as nova liberações previstas para o mês.

Ele ainda anunciaria novas restrições nos dias seguintes, mas, como as medidas não contribuíram para a desaceleração da ocupação de leitos, Marchezan anunciou na sexta-feira (3) uma série de novas restrições de atividades em Porto Alegre por 15 dias. Na ocasião, o prefeito destacou que um número acima de 174 internações simultâneas já representava um “cenário grave”.

“O momento é delicado. O que se conhece hoje pelas experiências mundiais, a medida mais eficiente para conter a contaminação, é a restrição de atividades econômicas, infelizmente é o único caminho para evitar um número de mortes que seria inaceitável, como foi nos Estados Unidos, Itália, Inglaterra, Espanha e está sendo em algumas cidades brasileiras. Desde o início do mês de junho, a demanda por leitos de UTI vem crescendo”, disse Marchezan, em tom sério.

Entre os anúncios do prefeito na sexta está o fechamento da Orla do Guaíba e de parques cercados, como Germânia, Harmonia, Chico Mendes e Gabriel Knijnik, que já passou a valer neste sábado, a proibição por 15 dias de estacionamento em área azul, o fechamento de igrejas, academias e salões de beleza e a suspensão do TRI para usuários que exerçam atividades consideradas não essenciais durante a pandemia, como boa parte do comércio e da prestação de serviços.

Também será proibido o estacionamento em “bolsões”, como embaixo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros e junto à Rua José de Alencar. Lojas de eletroeletrônicos devem paralisar suas atividades, enquanto o comércio de material de construção e ferragens terão que restringir o atendimento a um cliente por atendente. Já hipermercados e supermercados foram orientados a controlar a entrada de uma única pessoa por família. O comércio de bebida e alimentação também será suspenso em praças e parques.

O novo decreto detalhando as restrições deve ser publicado neste domingo (5).


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