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29 de julho de 2020
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19:12

Pesquisa da UFPel indica que contaminação pelo coronavírus dobrou no RS no último mês

Por
Sul 21
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Pesquisa da UFPel indica que contaminação pelo coronavírus dobrou no RS no último mês
Pesquisa da UFPel indica que contaminação pelo coronavírus dobrou no RS no último mês
Nova fase do estudo estima que 1 pessoa esteja infectada a cada 104 gaúchos, o que representa quase 1% da população do RS. Foto: Maria Ana Krack/PMPA

Da Redação

A 6ª etapa da pesquisa Epicovid, apresentada nesta quarta-feira (29) e coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), indica que a taxa de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus dobrou no Rio Grande do Sul, em relação à etapa anterior do estudo, divulgada no final de junho. Dos 4.500 testes aplicados, 43 deram positivo, a maior incidência até então — foram 21 positivos na fase anterior. Com isso, a pesquisa aponta que 0,96% da população gaúcha tenha anticorpos contra o vírus, o que significaria 1 pessoa infectada a cada 104 habitantes, ou 108 mil pessoas com anticorpos de uma população total de 11,3 milhões no Estado.

O epidemiologista Fernando Barros, professor emérito da UFPel, destacou durante a apresentação que a taxa de prevalência do coronavírus foi baixa nas quatro primeiras etapas da pesquisa, tendo aumentado significativamente na 5ª etapa e dobrado agora.

A 6ª fase do estudo foi realizada entre os dias 24 e 26 de julho, com 4.500 testes rápidos aplicados em nove cidades: Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre, Ijuí, Santa Maria, Pelotas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul e Canoas. Juntas, as nove cidades representam 31% da população gaúcha.

Barros chamou atenção para a distribuição dos 43 testes positivos identificados pela pesquisa. Foram 18 casos em Porto Alegre, 9 em Canoas, 7 em Passo Fundo, 2 em Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Santa Maria e 1 em Ijuí, Pelotas e Uruguaiana. Os dados permitem aos pesquisadores estimarem que 3,6% da população da Capital já tenha tido contato com o coronavírus.

Somando todas as seis fases do estudo, os testes aplicados nos familiares das pessoas contaminadas apontam 74% de negativos e 26% de positivos. Segundo o epidemiologista, o dado é semelhante a outros estudos realizados no mundo. “O que aparece na pesquisa, e é corroborada em outros estudos, é que essa taxa de infecção familiar gira em torno de 30%”, disse o professor.

Considerando os casos confirmados de covid-19 no Rio Grande do Sul, a taxa de letalidade da doença está em 2,6% no Estado. Entretanto, quando aplicada a estimativa da população contaminada projetada pelo estudo, a taxa de letalidade fica em 1,4%. Um percentual ainda assim considerado alto pelo epidemiologista Fernando Barros. “É uma taxa muito elevada. Infecções respiratórias costumam ter taxa bem mais baixas”, afirmou.

O estudo conclui com a recomendação de ampliação da testagem e a busca ativa dos contatos de quem testa positivo, uma estratégia que tanto a Prefeitura de Porto Alegre quanto o Governo do Estado ainda têm problemas em efetivar. A 6ª etapa da pesquisa Epicovid também, recomenda o reforço nas medidas de distanciamento social, principalmente na capital gaúcha, na região metropolitana e em Passo Fundo.


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