Coronavírus
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3 de julho de 2020
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22:06

Marchezan anuncia fechamento da Orla e de comércios, restringe estacionamento e uso do TRI: ‘Fiquem em casa’

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Sul 21
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Marchezan anuncia fechamento da Orla e de comércios, restringe estacionamento e uso do TRI: ‘Fiquem em casa’
Marchezan anuncia fechamento da Orla e de comércios, restringe estacionamento e uso do TRI: ‘Fiquem em casa’
Prefeito fez anúncio nesta sexta (3). Foto: Reprodução

Da Redação

Em transmissão pelas redes sociais no início da noite desta sexta-feira (3), o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) anunciou uma série de novas restrições de atividades em Porto Alegre por 15 dias, a maior parte a partir da próxima segunda-feira, na tentativa de conter a expansão do coronavírus na Capital. Nesta sexta, 175 pessoas diagnosticadas com a doença estavam internadas em leitos de UTI de Porto Alegre. As estimativas da Prefeitura para um cenário grave projetavam 174.

De acordo com o prefeito, o momento não é mais de cautela, mas de perigo. Entre os anúncios está o fechamento da Orla do Guaíba e de parques cercados, como Germânia, Harmonia, Chico Mendes e Gabriel Knijnik, a proibição por 15 dias de estacionamento em área azul, o fechamento de igrejas, academias e salões de beleza e a suspensão do TRI para usuários que exerçam atividades consideradas não essenciais durante a pandemia, como boa parte do comércio e da prestação de serviços.

Também será proibido o estacionamento em “bolsões”, como embaixo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros e junto à Rua José de Alencar. Lojas de eletroeletrônicos devem paralisar suas atividades, enquanto o comércio de material de construção e ferragens terão que restringir o atendimento a um cliente por atendente. Já hipermercados e supermercados foram orientados a controlar a entrada de uma única pessoa por família. O comércio de bebida e alimentação também será suspenso em praças e parques. O novo decreto com as restrições será publicado até domingo (5).

“O momento é delicado. O que se conhece hoje pelas experiências mundiais, a medida mais eficiente para conter a contaminação, é a restrição de atividades econômicas, infelizmente é o único caminho para evitar um número de mortes que seria inaceitável, como foi nos Estados Unidos, Itália, Inglaterra, Espanha e está sendo em algumas cidades brasileiras. Desde o início do mês de junho, a demanda por leitos de UTI vem crescendo”, disse Marchezan, em tom sério.

A Prefeitura havia projetado a marca de 174 leitos de UTI ocupados como um patamar considerado grave. Porto Alegre alcançou hoje o número de 175 pacientes internados na UTI, com 106 mortes desde o início da pandemia, sendo seis confirmadas nas últimas 24 horas. Os pacientes suspeitos e confirmados com covid-19 já representam 30% dos leitos de UTI ocupados nos hospitais da cidade.

“Nossas projeções por demanda de leitos de UTI vem se concretizando, infelizmente. As medidas que tomamos não conseguiram conter até agora essa expansão”, reconheceu o prefeito. Segundo ele, se o ritmo de contágio não diminuir, ainda em julho serão necessários 255 leitos de UTI para tratar pacientes com covid-19.

Marchezan destacou que o principal objetivo da Prefeitura é que nenhuma pessoa morra em Porto Alegre sem atendimento médico adequado. O prefeito afirmou que os hospitais já estão no limite de conforto da organização interna, e adiantou que algumas reestruturações serão feitas no Hospital São Lucas da PUCRS e no Hospital da Restinga ou no Vila Nova para atender a demanda que deve crescer.

“A partir da semana que vem, chegaremos a uma situação em que teremos que causar alguma transformação significativa. A velocidade (de contágio) aponta que estamos em momento de perigo, ultrapassamos a cautela, precisamos segurar a contaminação dos porto-alegrenses, precisamos que as pessoas circulem menos, precisamos que as pessoas fiquem em casa”, pediu Marchezan.

Durante a transmissão, o prefeito enfatizou que nenhum país do mundo conseguiu ter estrutura hospitalar suficiente para atender seus habitantes sem controlar a circulação do vírus. “Fique somente o necessário fora da sua residência. São 15 dias que nós não sabemos se essa será a última restrição, mas ela é essencial para que a gente salve vidas. A contaminação já aconteceu em um número considerável de porto-alegrenses, o que nós temos que diminuir agora é a velocidade de internação, sob pena das estruturas hospitalares não terem condições de atender quem precisar.”


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