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1 de julho de 2020
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21:49

Lotados, hospitais da Região Metropolitana temem ficar sem medicamentos básicos

Por
Sul 21
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Submetidos a alta carga de pressão emocional com o aumento de casos de covid-19, profissionais de saúde agora enfrentam a escassez de remédios básicos na UTI. Foto: Marcello Casal Jr./EBC

Luciano Velleda

O crescimento acelerado de internações pelo novo coronavírus e a lotação de UTIs têm causado mais um problema ao já estressado ambiente dos hospitais: a falta de medicamentos básicos, como sedativos e anestésicos. Tais remédios são fundamentais na rotina de uma UTI, tanto para entubar e manter desacordados pacientes covid-19, como dar suporte a qualquer outra pessoa internada.

A falta de medicamentos foi tema de reunião dos prefeitos da Região Metropolitana e do Vale dos Sinos (Granpal), realizada nesta terça-feira (30), sobre o avanço da pandemia no Rio Grande do Sul. “Estamos todos mobilizados e precisamos de ajuda, do Estado e do governo federal. Sozinhos não conseguiremos”, reconheceu Margarete Ferretti (PT), presidente da Granpal e prefeita de Nova Santa Rita.

Na videoconferência, a prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva (MDB), relatou a atual dificuldade em obter os medicamentos. “As licitações são desertas ou os prazos de entrega são para outubro. O que é inadmissível”, afirmou. Dentre os municípios da região metropolitana, Sapucaia do Sul apresenta a situação mais preocupante, com estoque para mais alguns dias. A situação tem deixado o prefeito Luis Linke apreensivo. “Esse fato é muito perigoso. Nosso fornecedor pede 60 dias para começar a entregar os medicamentos”, disse ele, durante a reunião.  

Segundo o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), o Governo do Estado informou, nesta quarta-feira (1º), que o Ministério da Saúde enviará uma carga de medicamentos para o Rio Grande do Sul na próxima sexta-feira (3). “É uma situação dramática”, afirma Vanazzi. Ele conta que a rede de saúde de São Leopoldo tem medicamentos para mais duas semanas, porém, a situação pode piorar rapidamente de acordo com a evolução de novos casos de covid-19. “Já vivemos uma situação de medo, e agora se agrava pela falta de remédio.”

A falta de sedativos e anestésicos contribuiu para a prefeitura de Canoas determinar, a partir desta semana, a suspensão das cirurgias eletivas (não emergenciais) na cidade. A medida teve apoio do Governo do Estado. “Os hospitais estão tendo dificuldade na aquisição de medicamentos. A decisão do prefeito de Canoas é para preservar leitos de UTI e leitos clínicos para pacientes covid-19”, explicou Arita Bergmann, secretária estadual da Saúde. 


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