Da RBA
Pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) mostra que quase metade (48,9%) dos médicos que estão na linha de frente do combate à covid-19 sofreu pressão para receitar tratamentos sem comprovação científica. São pacientes e familiares que exigem a aplicação de medicamentos como a cloroquina, hidroxicloroquina e a ivermectina.
Além disso, o levantamento destaca que 69,2% deles afirmam que notícias falsas e sensacionalistas interferem negativamente no desempenho das suas funções. Foram ouvidos 1.984 profissionais de todo o país.
“Eu tive covid-19. Gostaria muito que a cloroquina pudesse ser usada para resolver a minha situação. Mas não usei, porque já havia evidências científicas de que não tem efeitos contra a doença. Gostaríamos muito que tivesse sido comprovado o efeito anti-covid na ivermectina, na cloroquina ou na hidróxicloroquina. Mas, infelizmente, as pesquisas mostraram que não”, afirmou, em entrevista a Glauco Faria no Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (27).
O especialista afirmou que o Brasil vive hoje “diversas epidemias”, dadas as diferenças regionais do país. Preocupa mais o avanço da doença nas regiões sul e centro-oeste, além do estado de Minas Gerais. Ele recobrou a importância das medidas de higiene e distanciamento social, já que as primeiras vacinas só devem estar disponíveis a partir de 2021, apesar dos notáveis avanços da ciência.