Coronavírus
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15 de maio de 2020
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19:10

Trocas paralisam Ministério da Saúde e RS tem 300 leitos de UTI à espera de recursos

Por
Sul 21
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Trocas paralisam Ministério da Saúde e RS tem 300 leitos de UTI à espera de recursos
Trocas paralisam Ministério da Saúde e RS tem 300 leitos de UTI à espera de recursos
Hospital Geral de Caxias do Sul colocou em operação 10 novos leitos de UTI, mesmo sem o repasse de recursos do Ministério da Saúde. Foto: Luana Duarte

Luciano Velleda

A curta passagem do oncologista Nelson Teich à frente do Ministério da Saúde coincide com o período em que o Rio Grande do Sul aguarda a habilitação de cerca de 300 novos leitos de UTI no Estado. A habilitação é importante ao garantir o repasse de recursos financeiros do Governo Federal para manter o funcionamento dos leitos. Segundo o governador Eduardo Leite (PSDB), a demora tem relação com a troca do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta para o agora também ex-ministro Nelson Teich.   

“Estávamos aguardando que, já nos próximos dias, houvesse a habilitação de cerca de 300 leitos hospitalares de terapia intensiva. Estamos aguardando que o Ministério faça essa habilitação”, destacou o governador Eduardo Leite, durante sua transmissão em vídeo diária via Facebook, na tarde desta sexta-feira.

Uma parte desses leitos, o governo do Estado e municípios colocaram em funcionamento com recursos próprios. Ao custo de R$ 1,6 mil por dia, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) tem garantido o pagamento, em caráter excepcional, de 139 leitos de UTI. Outro exemplo é o Hospital Geral de Caixas do Sul, onde a prefeitura está colocando os recursos para o funcionamento de 10 leitos de UTI. “Mas esses leitos estão aguardando a habilitação do Ministério da Saúde, o que não aconteceu até o presente momento”, afirmou Leite. “Infelizmente, pelas trocas de equipe, acabamos tendo pouca expectativa de que rapidamente se resolva.”

Para Leite, a saída de Mandetta e a chegada de Teich fez com que o Ministério da Saúde perdesse eficiência no enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus. Uma consequência que deve se agravar ainda mais com a nova mudança na pasta.

“Com a alteração da equipe, há um mês, quando trocou o ministro Mandetta pelo ministro Teich, observamos o Ministério da Saúde perdendo em velocidade. As normas e orientações técnicas que nós sempre observávamos o Ministério da Saúde emitindo, como referências para os estado e municípios, deixaram de vir. Então houve, sem dúvida nenhuma, uma perda bastante grande já naquela alteração. Infelizmente a expectativa, diante desse nova alteração, é de mais tempo com dificuldades de interlocução junto ao Ministério da Saúde”, afirmou Leite, enfatizando que, durante a curta gestão Teich, houve apenas uma única reunião com o agora ex-ministro da Saúde.


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