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4 de abril de 2020
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22:26

Secretário do Ministério da Saúde diz que RS pode ter fechado cidades contra Covid-19 ‘antes da hora’

Por
Sul 21
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Secretário do Ministério da Saúde diz que RS pode ter fechado cidades contra Covid-19 ‘antes da hora’
Secretário do Ministério da Saúde diz que RS pode ter fechado cidades contra Covid-19 ‘antes da hora’
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, durante a coletiva de imprensa sobre à infecção pelo novo coronavírus. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Da Redação

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Ministério da Saúde, levantou dúvidas sobre as medidas de isolamento social adotadas no Rio Grande do Sul em entrevista coletiva no fim da tarde deste sábado (04). Para o secretário, fechar cidades ou municípios que não contabilizam nenhum caso do novo coronavírus pode ser “uma medida excessiva”. Na opinião de Gabbardo, que foi secretário da Saúde do RS no governo José Ivo Sartori (MDB), a medida pode ter sido adotada “antes da hora”.

“Todos os municípios do Rio Grande do Sul estão fechados. Aqueles que têm casos e aqueles que não têm casos. Eu não vou criticar, mas devíamos pensar bem. Quando abrir, as pessoas vão ter contato com o vírus. O que precisa é ter tempo para que, quando a pessoa tenha contato com o vírus, nós estejamos preparados pra isso”, afirmou Gabbardo.

A compreensão do secretário é de que é impossível manter um isolamento “para sempre”. Assim, quando houver um afrouxamento das medidas de restrição de circulação, a população, invariavelmente, estrará em contato com o coronavírus. A preocupação dele é que, caso isso ocorra mais para a frente, coincida com o pico de casos de Influenza (a gripe comum) no Estado, o que geralmente acontece nos meses de mais frio, fazendo com que o sistema de saúde não consiga dar conta do atendimento.

Para ele, é necessário avaliar bem a adoção das mesmas medidas em todos os municípios, tendo ou não registros de contaminação. As decisões de abrir e fechar os municípios precisarão ser “calibradas”, segundo secretário, para que os serviços de saúde tenham condições de atender a população. “Acho que merece uma discussão. Pode ser que tenha sido um pouco antes da hora”, disse.

Decreto de calamidade pública do governador Eduardo Leite (PSDB), publicado em 19 de março, estabelece as medidas adotadas em todo o Estado na tentativa de conter a epidemia. Entre elas está a proibição do transporte interestadual e a restrição para o transporte intermunicipal em 50% da capacidade dos ônibus. O decreto ainda determina que passageiros só podem viajar sentados no transporte coletivo.

O decreto impõe também restrições ao comércio, incluindo limite para a compra de itens essenciais e proíbe a prática de preços abusivos. Nos shoppings centers, todo o comércio não essencial foi fechado, com exceção de restaurantes, farmácias, supermercados, clínicas e agências bancárias. Além disso, o setor de comércio e indústria foi orientado a estabelecer planos de revezamento e alteração de jornadas para reduzir a exposição e o fluxo de trabalhadores.

Além disso, as aulas presenciais na rede estadual de ensino e em universidades e instituições publicas e privadas estão suspensas até o final de abril.

O Rio Grande do Sul registra, até este sábado (04), 418 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e seis mortes.


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