Coronavírus
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25 de março de 2020
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19:47

Entidades propõem à Prefeitura medidas de proteção da população em situação de rua durante a pandemia

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Sul 21
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Entidades propõem à Prefeitura medidas de proteção da população em situação de rua durante a pandemia
Entidades propõem à Prefeitura medidas de proteção da população em situação de rua durante a pandemia
Crise do coronavírus piora ainda mais as condições das 4,4 mil pessoas em situação de rua em Porto Alegre. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

Representantes de organizações da sociedade civil e de trabalhadores de serviços públicos e privados, se uniram num grupo suprapartidário para propor uma série de medidas com o objetivo de reduzir o impacto da pandemia do coronavírus na população em situação de rua de Porto Alegre. Em carta endereçada ao prefeito da capital, Nelson Marchezan (PSDB), e ao secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer, os membros do grupo propõem ações de acesso à água, a banheiros públicos, acesso à saúde e alimentação das 4,4 mil pessoas que vivem nas ruas da cidade.

“Essas ações envolvem tanto o Poder Público quanto a sociedade civil num esforço solidário e responsável de maneira a elaborar e executar um Plano de Contingenciamento da Pandemia de Coronavírus (COVID-19) para a População em Situação de Rua de Porto Alegre”, afirma o grupo no documento, datado no dia 19 de março.

Com relação ao acesso à água, a proposta é que sejam deslacradas as torneiras nas praças públicas e igrejas, assim como permitir o uso de mangueiras para captar água de escolas e instituições públicas e privadas até a rua. Ainda do ponto de vista da higiene, é pedida a instalação de banheiros públicos, com chuveiro, nas diferentes regiões da cidade, incluindo materiais como sabão e álcool gel. Para a limpeza dos banheiros, a sugestão é que sejam contratadas as próprias pessoas em situação de rua.

A proposta para enfrentar o impacto do coronavírus nessa população específica também inclui a disponibilidade de uma unidade móvel de saúde para realizar testes de diagnóstico da doença, a criação de locais de quarentena para pessoas contaminadas, como escolas, ginásios e hotéis, além da reorganização de abrigos e novos espaços para a permanência da população em situação de rua com maior risco de mortalidade, como idosos, soropositivos, doentes e grávidas.

No âmbito da alimentação, o grupo suprapartidário propõe a ampliação do número de refeições servidas nos restaurantes populares da cidade, com a entrega feita em marmitas fechadas, evitando ao máximo o risco de contágio. “Acreditamos que estas medidas iniciais contribuirão para impactar positivamente no controle da epidemia do COVID-19. O grupo que elaborou este documento coloca-se à disposição para dialogar e construir parcerias para a realização deste plano de contingenciamento”, diz trecho da carta.

Assinam o documento as organizações da sociedade civil Banho Solidário, Enfermagem na Rua, Prato Feito das Ruas, Misturaí, Boca de Rua, Coletivo Alicerce e Coletivo PoA_Inquieta, além trabalhadores de serviços públicos, privados e conveniados, como UFRGS, Unisinos, Escola Porto Alegre, Associação Beneficente Amurt-Amurtel, Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, Ilê Mulher, Defensoria Pública da União, Movimento Nacional da População de Rua, Cáritas Arquidiocesana – Mensageiro da Caridade, Irmandade Fraternidade O Caminho, Pastoral do Povo de Rua, Consultório na Rua e Grupo Hospitalar Conceição.


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