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27 de março de 2020
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19:04

Coronavírus: estudo estima que isolamento pode salvar 1,1 mi de brasileiros e 38,7 mi no mundo

Por
Luís Gomes
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Em Porto Alegre e no país, grande parte do comércio encontra-se fechado devido ao coronavírus. Foto: Luiza Castro/Sul21

Da Redação

Um estudo elaborado por uma força-tarefa para o novo coronavírus na universidade britânica Imperial College London aponta que a diferença entre o mundo adotar medidas de isolamento social ou não significa uma variação de 38,7 milhões de mortes. No Brasil, isso significa uma variação entre 1,1 milhão ou menos de 50 mil mortes.

Divulgado na quinta-feira (26), o estudo do Imperial College parte dos dados do avanço da doença até o dia 23 de março, quando o mundo já tinha 332 mil casos confirmados e 14.510 mortes em decorrência do coronavírus, com 182 dos 202 países já afetados. Leva em conta também que cada pessoa infectada, em média, irá infectar outras três se não for adotada nenhuma medida de isolamento.

O estudo aponta que, sem intervenções governamentais, o novo coronavírus infectaria 7 bilhões de pessoas e deixaria 40,6 milhões de mortos em 2020. Com estratégias de mitigação focadas em proteger os idosos — com 60% de redução em contatos sociais –, 20 milhões de vidas poderiam ser salvas, mas os sistemas de saúde de todos os países rapidamente seriam sobrecarregados.

Já para o caso da aplicação de medidas mais rígidas de isolamento social, com o objetivo de suprimir o avanço da epidemia, 469 milhões de pessoas seriam infectadas em todo mundo em 2020, das quais 1,8 milhões viriam a falecer. O levantamento aponta que o efeito real deve ser mais sentido em circunstância de baixa renda, onde a capacidade de enfrentamento é mais baixa.


Tabela estima número de infectados e mortos em três cenários. Na esquerda, cenário sem estratégias de mitigação. Ao centro, cenário com medidas mais duras. À direita, com medidas duras, mas não extremas. De cima para baixo, as estimativas no Leste da Ásia, na Europa e na Ásia Central, na América Latina e no Caribe, no Oriente Média e Norte da África, na América do Norte, no Sudeste Asiático e na África Subsaariana | Fonte: Imperial College London

A Imperial College não calculou o impacto social e econômico das políticas de supressão, mas aponta que eles serão altos e devem ser desproporcionalmente mais alto em realidades de baixa renda. Além disso, destaca que as estratégias de supressão, para funcionar, deveriam ser mantidas até que uma vacina ou tratamentos efetivos estivessem disponíveis para coibir o risco de novas epidemias.

No Brasil

O estudo traz, ao final, uma planilha com as projeções do avanço do novo coronavírus em todos os países e em diversos cenários. Essa planilha traz a estimativa de que, sem estratégias de mitigação, dos 215 milhões de brasileiros, 187 milhões iriam ser infectados, sendo que isso exigiria a hospitalização de 6.206.514 de pessoas, das quais 1.527.536 ficariam em estado grave. O número de mortes seria de 1.152.283

No caso de o Brasil adotar medidas de mitigação, como o distanciamento social de toda a população, 122 milhões de pessoas seriam infectadas. O número de pessoas hospitalizadas cairia para 3.496.359, das quais 831.381 ficariam em estado grave.

Já para o caso da aplicação de medidas mais duras de supressão do avanço do vírus, 11.457.197 milhões de brasileiros seriam infectados, dos quais 250.182 precisariam ser hospitalizados e 57.423 ficariam em estado grave. Nesse caso, o número de mortes seria de 44.212 pessoas em 2020.


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