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25 de agosto de 2018
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15:47

Você sabe o que está comendo? | Entidades defendem novo modelo de rotulagem de alimentos

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O Núcleo Interdisciplinar de Prevenção de Doenças Crônicas na Infância, da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Conselho Regional de Medicina do RS (CREMERS), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o Conselho Regional de Nutricionistas, a Associação Gaúcha de Nutrição e outras entidades lançaram dia 16 de agosto uma campanha em defesa do modelo de rotulagem frontal de advertência em produtos alimentícios, que está em processo de debate na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em outubro, a Anvisa realizará uma consulta pública sobre o tema e as entidades querem mobilizar a sociedade em defesa do novo modelo de rotulagem que está sendo combatido pela indústria alimentícia.

O aumento da obesidade, do sobrepeso e dos casos de doenças crônicas não transmissíveis vem despertando crescente interesse da população pela qualidade dos alimentos ingeridos no dia-a-dia. O debate sobre a rotulagem está diretamente ligado à essa questão. Em 2014, a Anvisa iniciou um processo de debates para a revisão das normas de rotulagem nutricional no Brasil. Pesquisadores, representantes da sociedade civil e da indústria do setor foram convidados a participar desse processo para debater os problemas da rotulagem atual e possíveis soluções.

Na continuação desta etapa, em 2016, a Anvisa convidou os participantes a enviarem propostas de novas normas para a rotulagem. O Idec e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentaram uma proposta baseada na experiência do Chile, que é um modelo de rotulagem de advertência na parte frontal da embalagem sobre a presença de quantidades em excesso de alguns nutrientes associados a doenças crônicas.

Na avaliação do Idec, o atual modelo de rotulagem é deficiente e não atende a requisitos básicos para garantir uma alimentação saudável, apresentando uma linguagem muito técnica, de difícil compreensão e com problemas de visualização.

A proposta de advertência do Idec é por meio de um triângulo preto com a borda branca localizado na parte frontal da embalagem. Entre as vantagens desse símbolo, o instituto destaca o fato de ser uma forma que não apresenta perda na percepção em tamanho reduzido, além do triângulo já ser uma convenção de advertência no Brasil. Já a indústria da alimentação defende o modelo de semáforo nutricional, adotado no Reino Unido, que utiliza cores (verde, amarelo e vermelho) para indicar o conteúdo nutricional baixo, médio e alto.


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