O aumento da obesidade, do sobrepeso e dos casos de doenças crônicas não transmissíveis vem despertando crescente interesse da população pela qualidade dos alimentos ingeridos no dia-a-dia. O debate sobre a rotulagem está diretamente ligado à essa questão. Em 2014, a Anvisa iniciou um processo de debates para a revisão das normas de rotulagem nutricional no Brasil. Pesquisadores, representantes da sociedade civil e da indústria do setor foram convidados a participar desse processo para debater os problemas da rotulagem atual e possíveis soluções.
Na continuação desta etapa, em 2016, a Anvisa convidou os participantes a enviarem propostas de novas normas para a rotulagem. O Idec e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentaram uma proposta baseada na experiência do Chile, que é um modelo de rotulagem de advertência na parte frontal da embalagem sobre a presença de quantidades em excesso de alguns nutrientes associados a doenças crônicas.
Na avaliação do Idec, o atual modelo de rotulagem é deficiente e não atende a requisitos básicos para garantir uma alimentação saudável, apresentando uma linguagem muito técnica, de difícil compreensão e com problemas de visualização.
A proposta de advertência do Idec é por meio de um triângulo preto com a borda branca localizado na parte frontal da embalagem. Entre as vantagens desse símbolo, o instituto destaca o fato de ser uma forma que não apresenta perda na percepção em tamanho reduzido, além do triângulo já ser uma convenção de advertência no Brasil. Já a indústria da alimentação defende o modelo de semáforo nutricional, adotado no Reino Unido, que utiliza cores (verde, amarelo e vermelho) para indicar o conteúdo nutricional baixo, médio e alto.