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9 de julho de 2018
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18:55

‘O Moro age como chefe de partido político, não como juiz’ | Entrevista com Guilherme Boulos 

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Em abril, o pré-candidato a presidência e coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos visitou a ocupação Povo Sem Medo. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Giovana Fleck

Em passagem por Porto Alegre, nesta segunda-feira (9) o pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, falou sobre o domingo (8) de indecisões em torno da execução ou rejeição do habeas corpus do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). “O Moro age como chefe de partido político, não como juiz”, disse, em referência à manifestação do magistrado, que está em período de férias, pedindo a suspensão da decisão emitida pelo desembargador Rogério Favreto – que acatou pedido de habeas corpus da defesa de Lula. Para Boulos, o que aconteceu no domingo não passou de “uma vergonha”, sobretudo para o Judiciário. “O Moro acha que é o xerife da República. O dono do Brasil. E ontem mostrou que possivelmente seja.”

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Para Boulos, as ações adotadas pelo juiz federal desrespeitam a hierarquia do Judiciário de forma proposital; organizando uma estratégia para ganhar tempo e permitir que o desembargador João Pedro Gebran Neto rejeitasse o habeas corpus do  ex-presidente. “Isso derrubou máscaras. De um lado, é lamentável ver a diluição das instituições na República. De outro lado, é revelador. Revelador sobre o quanto está partidarizado e politizado e do quanto que essas pessoas não têm qualquer isenção para fazer esse julgamento”, declarou o presidenciável.

Boulos também se solidarizou com Favreto. O desembargador passou a ser vítima de intimidações após ter tido seu número de celular divulgado nas redes sociais. “É um debate feito em péssimo nível. Não é um debate em torno de questões jurídicas ou em torno do mérito desse processo, da existência ou não de provas. Mas um debate em torno da raiva, da intolerância e do ódio – como tem sido feito desde o começo.”

Confira o vídeo com a entrevista completa: 


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