Da Redação
O jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, divulgou na tarde desta quinta-feira (7), em suas redes sociais, um vídeo em que comenta a agressão que sofreu do colunista Augusto Nunes durante a gravação ao vivo do programa Pânico, da rádio Jovem Pan, horas antes. Greenwald inicia o vídeo dizendo que chamou Nunes de covarde porque ele fez o ataque “mais feio e sujo que ouvi na minha carreira como jornalista. Ele se refere à declaração que o colunista deu, na mesma Jovem Pan, de que um juiz de menores deveria investigar a situação dos dois filhos que Greenwald tem com o marido, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), para determinar se eles não deveriam levados de volta para um abrigo, insinuando uma suposta negligência pelo fato de os dois trabalharem.
Sobre Augusto Nunes e o apoio do movimento Bolsonarista ao uso da violência na política. Violência no debate político é a mentalidade fascista e muito perigoso pra democracia pic.twitter.com/vFrhn6FlPI
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) November 7, 2019
“Todas as pessoas decentes sabem que você não usa filhos menores contra pessoas em um debate político”, diz Greenwald. “Mas a coisa mais importante é que eu disse que ele era covarde, e estou falando de novo, porque tem milhões de brasileiros e pessoas no mundo todo, inclusive seus próprios colegas na Jovem Pan e na revista Veja, e agora na Record, que também tem filhos onde os dois pais trabalham por causa da necessidade financeira ou vontade, mas ele nunca falaria isso sobre suas colegas, sobre seus chefes, sobre milhões de brasileiros que trabalham fora de casa, mas cuidam de seus filhos muito bem. Ele só falou isso sobre nós”.
Greenwald também afirma que o uso da força física e da violência no debate político, como Nunes fez, é algo muito grave e um sintoma de um movimento fascista. “Agora estamos vendo, e isso não deve surpreender ninguém, que esse movimento do Bolsonaro, do Olavo, do PSL, está aplaudindo o uso da força física e da violência no debate político, porque é um movimento fascista. E fascistas pensam assim, eles querem violência. Eu acredito muito no diálogo com pessoas de ideologias diferentes, por causa disso fui na Jovem Pan. Mas esse princípio que eles estão apoiando, de que é justificável usar a violência, pode muito fácil ir para as ruas, para o debate político, e isso é muito grave mesmo e mostra esse fascismo”, complementa.
